O Echo Show 15, lançado mundialmente no final do ano passado, chega ao Brasil nesta quarta-feira (11). Com tela de 15,6 polegadas (40 cm na diagonal) e com a assistente virtual Alexa integrada, ele é o maior dispositivo inteligente da Amazon. Por aqui ele custa a partir de R$ 1.804.
Tilt já conheceu o produto de perto e conta a seguir os detalhes sobre o lançamento e as primeiras impressões.
Alto-falante ou quase uma TV?
O novo Echo Show inaugura uma nova categoria de produtos da Amazon: é um “smart display” (tela inteligente), e não um “smart speaker” (alto-falante inteligente), como os outros Echo.
“Projetado para facilitar a vida das famílias, o dispositivo traz uma interface nova com widgets que permitem deixar recados, incluir itens à lista de compras, adicionar tarefas, ver os calendários compartilhados ou individuais, e também controlar dispositivos compatíveis de casa inteligente a partir de um único lugar”, afirmou Jacques Benain, gerente geral de dispositivos da Amazon Brasil, durante apresentação do produto para jornalistas.
Primeiro contato
À primeira vista, o Echo Show 15 se parece com um painel de informações com tela sensível ao toque, como aqueles de totens em museus e shoppings.
Ele pode ser posicionado na vertical ou na horizontal — nesse modo ele lembra um quadro. Uma moldura preta e um “paspatur” branco (espaço até o display) reforçam esse visual. Recomenda-se que ele seja instalado na parede, no modo retrato ou paisagem.
O lançamento vem com um suporte (como aqueles de televisão, fixado com quatro parafusos e buchas inclusos) e um gabarito de papel para evitar erros na hora de furar. Se preferir deixar em cima de um móvel ou balcão, é preciso adquirir um pedestal, vendido separadamente.
Com construção em plástico, ele é leve, com pouco mais de 2 kg. A fonte de energia vem com um cabo de cerca de 1,5 m — ou seja, precisa ser instalado próximo a uma tomada, já que precisa ficar constantemente conectado.
Dá para usar como?
Um quadro de avisos, um porta-retratos, um relógio, uma televisão, um controlador de dispositivos de casa inteligente: esses são alguns dos papeis do Echo Show 15.
É possível customizar a tela inicial com os widgets mais úteis para a família, como previsão do tempo, comandos de luzes, músicas, agenda e o novo ” Sticky Notes” (“post its” que você pode deixar para si mesmo e para outros).
E é aqui que está o trunfo do Echo Show 15: a possibilidade de personalização do conteúdo que é exibido de acordo com quem está olhando para ele. Basta configurar o perfil de cada morador da casa e cadastrar o rosto (como é feito para a tela de desbloqueio de celulares) para ser reconhecido quando passar.
Assim, há uma tela geral, com as informações compartilhadas da casa, e uma específica para cada pessoa, com sua agenda pessoal, seus lembretes, suas preferências musicais.
A ideia é que você passe por ele e pare, em pé, para ver sua página personalizada e controlar o que desejar. Pedidos podem ser feitos por voz, de qualquer lugar que a assistente virtual consiga de ouvir, como:
- “Alexa, deixe uma nota para meu irmão levar o cachorro para passear”.
- “Alexa, avise todos sobre o jantar no domingo”.
- “Alexa, mostre minha lista de compras”.
Com base nas minhas primeiras impressões, o recurso touch da tela do produto acabou sendo até mais usado do que os comandos por voz —por exemplo, se você já está ali na frente, é mais fácil clicar em “desligar” uma lâmpada do que pedir “Alexa, apague a luz do quarto”; ou quando não quer fazer barulho, pois há alguém dormindo.
Às vezes, porém, a resposta ao toque demora mais que o esperado, e você pode ficar alguns segundos sem saber se foi detectado.
Além disso, alguns comandos físicos precisam de um longo movimento —como em um totem de shopping—, o que acaba sendo um pouco desajeitado, em pé, para um adulto acostumado ao smartphone. Mas pode ser melhor para crianças ou idosos.
Reconhecimento facial
Segundo a Amazon, o Echo Show 15 trabalha com um processador avançado, o AZ2 Neural Edge, que tem oito núcleos (quando mais, melhor) e tecnologia para trabalhar integrado com inteligência artificial. Por isso, o dispositivo é capaz de processar reconhecimento facial dentro dele mesmo próprio, sem precisar acessar algum servidor externo.
A empresa diz que essa estratégia de funcionamento garante privacidade e segurança das informações, pois elas não saem do Echo Show 15.
Para o reconhecimento funcionar, a câmera precisa estar aberta. Ela tem uma tampa física, que pode ser aberta a qualquer momento.
A câmera também pode ser usada para chamadas de vídeo —funciona entre dispositivos Echo ou smartphones com o aplicativo Alexa— e para monitorar a casa, por exemplo, olhar seus animais de estimação enquanto estiver fora.
Caso o consumidor não queira que o reconhecimento facial fique ativo, é possível excluir sua ID Visual nas configurações do dispositivo ou no aplicativo Alexa. A função é opcional e requer consentimento explícito, afirma a empresa.
Vídeo
Com uma tela deste tamanho, a experiência de vídeo é um diferencial. Quando está em orientação paisagem (horizontal), o Echo Show 15 reproduz em imagens em 1080p Full HD. É possível ver filmes e séries no streaming do Prime Video e do Netflix, que são têm integração nativa; conteúdos do Youtube podem ser acessados através do navegador.
Para meu uso, que moro sozinha e já tenho Echos na sala e quarto, penso que a cozinha seria um local bacana. Dá para ir olhando uma receita enquanto cozinho (as skills do Cookpad e do Panelinha são bem interessantes), ou até ver um episódio de um seriado.
Objeto de decoração
A tela do Echo Show 15 acaba, também, sendo um objeto de decoração. É possível definir as imagens de descanso no painel —há opções pré-definidas e você pode usar suas próprias fotos, como um porta-retratos digital.
O painel IPS LCD oferece boa nitidez, mas o contraste deixa um pouco a desejar. Por isso, preste atenção ao escolher o local de instalação —como o vidro é bem reflexivo, luzes podem atrapalhar a visualização.
Áudio
Não se pode ganhar todas. Para ter uma tela tão grande, em um dispositivo fino e preso à parede, uma característica acabou sendo “prejudicada”: o áudio. Não que seja ruim. É bem satisfatório para assistir a um vídeo ou colocar música ambiente.
Mas não tem aquela potência para, por exemplo, animar uma festa, como o Echo Show 10 (com tela giratória que te segue e um grande alto-falante) ou o Echo Studio (com áudio de alta fidelidade).
Vale a pena?
O aparelho não é barato, mas não há um produto parecido com o Echo Show 15 nos concorrentes —que trabalham mais com alto-falantes.
Ele é interessante para funcionar como “coração digital da casa”, em que pode ser integrado a vários dispositivos, como outros Echo, lâmpadas inteligentes e eletrodomésticos compatíveis com a Alexa. A interface da tela é bem intuitiva e os comandos por voz dificilmente falham.
Se você tem uma família, e quer deixar a rotina mais digital, o Echo Show 15 pode ser um bom investimento.
Agora, para quem mora sozinho ou para um casal jovem, talvez prefira o Echo Show 10, que custa um valor parecido. Ele oferece as mesmas funções de casa inteligente, tem uma tela menor e um som bem mais potente.
O lançamento começa a ser vendido hoje no site da Amazon e grandes varejistas nas seguintes opções:
- R$ 1.899, em até 10 vezes sem juros.
- R$ 1.804,05 à vista com 5% de desconto.
- O suporte para apoio em móveis estará disponível em breve, em duas versões, uma inclinável (R$ 149) e outra inclinável e giratória (R$ 199).