Imagens recentes de Marte mostram impressionantes “marcas de garras” gigantes pela superfície do planeta vermelho. Mas não se trata da obra de nenhum dinossauro alienígena: é apenas um sistema de falhas geológicas, formadas pelo movimento tectônico.
Os sulcos fazem parte do acidente geográfico chamado Tantalus Fossae. Eles são realmente monstruosos: chegam a 350 metros de profundidade e 10 quilômetros de largura, podendo se estender por até 1.000 quilômetros.
As imagens foram registradas do espaço pela sonda espacial Mars Express, da Agência Espacial Europeia (ESA) —um dos diversos robôs que estão explorando Marte, em solo ou em órbita. Os dados estereográficos da Câmera Estereo de Alta Resolução (HRSC) foram processados usando um modelo digital do terreno do planeta.
De acordo com a ESA, as fotos foram divulgadas na cor verdadeira, como vista pelo olho humano, e em escala correta, “com uma resolução em solo de aproximadamente 18 metros/pixel; o norte está à direita”.
O que estamos vendo?
A Tantalus Fossae é uma depressão que percorre a face leste de uma enorme formação vulcânica, relativamente plana e em expansão, chamada Alba Mons (também conhecida como Alba Patera).
Com cerca de 1600 km de diâmetro e apenas 6,8km no ponto mais alto, é o maior vulcão do Sistema Solar, em área e volume.
“Estas fossas foram criadas quando o Alba Mons emergiu da crosta do planeta, fazendo com que a área ao seu redor se deformasse e se quebrasse. As falhas da Tantalus Fossae são um ótimo exemplo de um recurso de superfície conhecido como ‘grabens'”, explica a agência.
“Cada trincheira foi formada quando duas falhas paralelas se abriram, fazendo com que a rocha entre elas caísse no vazio resultante”, completa.
Há um sistema de falhas parecido no lado oeste do vulcão, chamado Alba Fossae.
Por que as imagens são importantes
As novas imagens podem ajudar a entender melhor o processo de formação do planeta e a cronologia dos eventos. É certo que essas estruturas não se formaram todas de uma vez, mas sim uma após a outra — por isso, alguns canais se cruzam ou passam por cima de crateras de impacto.
A missão Mars Express orbita o planeta vermelho desde 2003, estudando sua crosta, atmosfera, minerais, e os diversos fenômenos que interagem no ambiente marciano.
O instrumento HRSC já revelou muitos detalhes da superfície de Marte, como cumes, relevos esculpidos pelo vento, falhas tectônicas, canais de rios e antigas piscinas de lava.
*Com informações de ESA e Science Alert