Como proteger dados e apps do banco em caso de roubo do celular


Um celular roubado e um prejuízo de mais de R$ 143 mil em empréstimos, transferências via Pix, pagamento de boletos e até compra de sete garrafas de uísque (no valor de R$ 329 cada) no iFood.

Esse foi um resumo do que passou o empresário Bruno de Paula. Seu relato sobre o roubo e as tentativas de fraude viralizaram nas redes sociais nessa semana. Só no Twitter, a primeira postagem sobre o caso já ultrapassa 131,5 mil curtidas e 38,5 mil compartilhamentos.

Os detalhes da ação criminosa

O especialista em marketing de influência contou nas redes que fazia um pedido de delivery de dentro do táxi, quando teve seu aparelho subtraído no trajeto entre o aeroporto e a sua casa.

O fato de o celular estar destravado foi o suficiente para os assaltantes terem acesso às contas bancárias do empresário. Bruno relatou em seu perfil os seguintes prejuízos:

  • Nubank: mais de R$ 27 mil em pagamentos de boletos.
  • Banco do Brasil: dois empréstimos, duas transferências e um Pix, totalizando um prejuízo de mais R$ 116 mil.
  • iFood: sete garrafas de uísque.

O relato do empresário acendeu um alerta: mesmo com reconhecimento facial, cancelamento da linha telefônica e contato com as instituições financeiras, ele não conseguiu evitar a dor de cabeça e o prejuízo astronômico.

Em publicações realizadas ontem (6), Bruno informou que estava conseguindo resolver o problema das transações financeiras indevidas diretamente com os bancos.

O que podemos fazer então para diminuir os riscos de que esse tipo de coisa aconteça em caso de roubo de celular? Tilt reuniu estratégias de segurança e montou um guia para você proteger seus dados e aplicativos importantes.

1. Garanta a senha de bloqueio

É o passo mais básico, mas é sempre válido relembrar: proteja seu smartphone com uma senha de desbloqueio da tela para que ninguém consiga usá-lo sem inserir o código de segurança.

  • Escolha uma combinação forte e de difícil adivinhação (Jamais use a mesma senha em diferentes servços online).
  • Evite usar datas de nascimento e informações pessoais de familiares.
  • Coloque seu celular para bloquear automaticamente em poucos segundos, assim não dará tempo para o bandido fazer alguma alteração. Veja aqui o passo a passo.

2. Não use biometria em todos os apps

Uma das grandes reclamações de quem tem sido roubado com o celular desbloqueado é que os bandidos conseguem burlar o sistema de reconhecimento biométrico e, assim, eles têm acesso livre aos dados gravados no celular e aplicativos de banco.

Por isso, evite usar o desbloqueio por reconhecimento biométrico em aplicativos de banco. Prefira perder alguns segundos a mais digitando a senha ao programa da instituição financeira — que deve ser diferente da senha da tela de bloqueio do celular — para que você tenha mais proteção.

3. Autenticação em dois fatores

O recurso, também conhecido como verificação em duas etapas, é uma camada extra de segurança quando você faz o login em um aplicativo. Uma vez que ela é habilitada, você precisa inserir um código numérico extra após o login e senha, para confirmar que você é você mesmo.

Aplicativos de email, assim como redes sociais populares como WhatsApp, Instagram, Facebook e TikTok, já possuem esse recurso. Alguns aplicativos de banco também permitem essa configuração.

Waldo Gomes, diretor da NetSafe Corp, empresa especializada em segurança digital, recomenda usar todos os métodos de segurança possíveis: autenticação em dois fatores, aplicativos de autenticação, solicitações de login, códigos de reserva, dentre outros.

Dica extra: caso o app peça algum número de telefone para recuperação de senha, evite usar o do próprio celular. Se possível, opte por usar o número de uma linha secundária ou de algum familiar que você confia. A tática pode ajudar em caso de roubo do seu telefone, pois os bandidos em posse do seu número passam a receber os códigos de ativação.

4. Email de recuperação secundário

Ao cadastrar um email de recuperação de senha para os apps mais críticos (como de bancos), uma saída é usar uma conta que não esteja logada no celular. Você pode usar então um endereço eletrônico secundário, que você tenha acesso apenas no seu computador —ou em um celular antigo que fique sempre na sua casa.

5. Crie um “cofre” para aplicativos importantes

Donos de iPhone podem criar uma senha para abrir certos apps do aparelho, mesmo que o celular já esteja desbloqueado. Faça isso com os mais importantes: redes sociais, instituições financeiras e aplicativos de compras. Para isso:

  1. Entre em Ajustes > Tempo de Uso > Limite de Apps > Adicionar Limite;
  2. Selecione “Tudo (Apps e Categorias)” ou escolha os apps que você quer trancar;
  3. Clique em “Seguinte” e defina o tempo de bloqueio;
  4. Clique em “Adicionar” em seguida;
  5. Volte para a página de “Tempo de Uso” e toque na opção “Usar Código”;
  6. Defina uma senha, diferente da usada no desbloqueio de tela.

Já quem tem aparelhos com o sistema operacional Android pode usar aplicativos que tem essa finalidade.

Assim, se um ladrão levar seu celular desbloqueado, ele só conseguirá acessar esses programas protegidos se descobrir a senha de desbloqueio —por isso não a mantenha salva no aparelho ou email.

6. Deixe o iCloud do iPhone inacessível

De acordo com usuários de iPhone, os bandidos encontraram um jeito de burlar a biometria facial quando o celular desbloqueado é roubado. Por isso, uma dica é tentar dificultar o acesso ao iCloud, que armazena todos os dados de quem usa o celular da Apple.

Primeiro, siga os passos para criar uma senha de acesso aos seus apps (reveja o tópico “Crie um ‘cofre’ para aplicativos importantes“).

No menu “Permitir alterações”, mude para “Não permitir” alterações de código, alterações da conta e alterações de dados celulares. Também clique em “Compras no iTunes e App Store” e proíba tudo.

Assim, os ladrões não conseguirão acessar o seu iCloud, a área de mudança de código e FaceID e a loja de aplicativos.

7. Baixe um gerenciador de senhas

Existem aplicativos que fazem gerenciamento de seus códigos e informações pessoais. Com esses apps, basta guardar uma chave (senha) principal para ter acesso a diversas contas. Eles estão disponíveis tanto para Android quanto para iPhone. Confira aqui alguns exemplos.

8. Cuidado com o pagamento por aproximação

Por mais cômodo que seja, os pagamentos por aproximação podem resultar em dores de cabeça em caso de roubo, furto ou perda do celular. Caso algo do tipo aconteça, entre imediatamente com o(s) banco(s) pedindo o bloqueio do cartao cadastrado para o recurso.

9. Use cartões virtuais temporários para compras

Professor de defesa cibernética da Faculdade Impacta, Mathias Naganuma não recomenda que você tenha cadastrado os números de cartões de crédito físico em aplicativos de delivery e outros de compras online.

Caso o seu banco disponibilize a opção, gere cartões virtuais temporários com prazo de validade. Assim, eles não podem ser usados novamente. Não é a forma mais prática, mas ajuda a aumentar a segurança em tempos em que crimes do tipo estão em alta.

10. Ative a senha no chip do celular

Se você usa um SIM card físico, o bandido pode retirá-lo do seu celular bloqueado e colocá-lo em outro aparelho. Assim, ele passa a receber SMS e ligações com o seu número, podendo acessar aplicativos que tenham autenticação de dois fatores. Para evitar esse problema, coloque uma senha no seu chip de operadora.

No Android:

  1. Vá até “Configurações”;
  2. Depois, procure pelo menu “Segurança”;
  3. Toque na opção “Configurar bloqueio do SIM” e selecione a opção para exigir o PIN ao usar o telefone;
  4. Confirme com “OK” e, em seguida, digite o código padrão do seu PIN. Geralmente, ele vem anotado no cartão entregue junto com o SIM Card quando você comprou ele na operadora;
  5. Clique em “OK” e agora pressione a opção “Alterar PIN do SIM”;
  6. Coloque um código de sua preferência, mas não use o mesmo que o da tela de desbloqueio.

No iPhone:

  1. Vá ao menu Ajustes > Celular > PIN do SIM;
  2. Ative a opção e insira o código padrão da operadora. Não tente adivinhar o código pois em apenas três tentativas o chip é bloqueado;
  3. Toque em OK;
  4. Depois, clique em “Alterar PIN” e coloque o código de sua preferência.

11. Não saia de casa sem saber o IMEI

Agora que você já dificultou a vida do criminoso, é importante você saber como agir em caso de roubo ou perda do celular. Deixe anotado e guardado em casa as características do celular, como cor, modelo e nome da fabricante.

Também anote o número IMEI (Identificação Internacional de Equipamento Móvel, em tradução livre), pois trata-se de uma espécie de CPF para eletrônicos. Com ele, você consegue bloquear o celular ao ligar para a sua operadora telefônica.

  • Para saber qual é o seu IMEI, digite *#06# no seu telefone.

*Com informações das reportagens de Bruna Alves e Nicole D’Almeida.



Source link

Se inscreva na nossa Newsletter

Veja Mais

Sem categoria

Entrevista com Sérgio Buniac, presidente global da Motorola

Tilt: Como vocês têm lidado com as concorrentes chinesas? Chega a ser um problema ou passa longe de ser uma preocupação? SB: Podemos competir com qualquer fabricante de qualquer região. Não é fácil, mas somos competitivos – não custa lembrar que somos chineses também [a chinesa Lenovo é dona da Motorola Mobility]. Sobre ser uma

Sem categoria

5G pode atrasar em até 60 dias em 15 capitais brasileiras

O Grupo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que acompanha a limpeza das faixas para ativação do 5G propôs, nesta sexta-feira, 12, mais 60 dias de prazo para que a tecnologia comece a rodar em 15 capitais brasileiras, a maioria delas localizada nas regiões Norte e Nordeste. O conselho diretor da Anatel ainda precisará aprovar