A conversa da semana no mundo metaverso é, curiosamente, um lançamento no mundo real. No dia 9 de maio, a Meta abre as portas de sua primeira loja física. Será no campus da empresa em Burlingame, na Califórnia. Ali será possível comprar os Oculus Meta Quest 2, os óculos inteligentes desenvolvidos junto com a Ray-Ban e, mais que isso, experimentar esses dispositivos.
A empresa já possui quiosques em alguns aeroportos e shoppings para mostrar seus Oculus e em 2018 abriu um estande dentro da grande loja de departamento Macy’s.
A nova loja não é lá muito grandiosa —são apenas 150 metros quadrados—, mas seu lançamento nos remete a outro que aconteceu mais de 20 anos atrás. Foi em 19 de maio de 2001 que a Apple, de Steve Jobs, abria suas duas primeiras lojas de varejo —em Tysons Corner, na Virgínia, e em Glendale, na Califórnia.
Na época, a inovação foi mal recebida, até mesmo dentro da companhia. Os colunistas de informática chegaram à conclusão de que a abertura de lojas próprias poderia minar ou canibalizar os outros canais de vendas e o conselho de administração torceu o nariz para a proposta, que só prosperou pela teimosia de Jobs.
O cara estava certo: na Virgínia, mais de 500 pessoas fizeram fila na madrugada de 19 de maio de 2001, querendo estar entre os primeiros a conhecer a novidade. A fila só cresceu durante o dia e a segurança foi obrigada a ficar de olho para evitar que o pessoal ultrapassasse os limites máximos de ocupação, infringindo as regras de segurança contra incêndios.
Aliás, numa volta ao passado com a mais moderna tecnologia, a Apple hoje oferece aos seus fãs a possibilidade de viajar no tempo e “caminhar” pela primeira Apple Store do mundo usando tecnologias de realidade aumentada.
Pelo portal 9to5Mac é possível explorar um modelo altamente detalhado da loja da Virginia e praticamente caminhar pelos corredores da primeira Apple Store. Vantagem real, nenhuma, mas quem disse que o mundo só avança baseado naquilo que nos traz vantagens reais?
O experimento pode ser visualizado em iPads ou iPhones, e é preciso abrir o link no navegador Safari e encontrar uma área adequada e bem iluminada para colocar o modelo. Assim é possível mover os smartphones ou iPads e explorar a loja, que inclui teatro, demonstração de software, caixas etc.
Deu certo de novo: fila de mais de 500 fãs aguardando a abertura, 7.500 visitantes no primeiro final de semana e quase US$ 600 mil em venda de produtos nos dois primeiros dias.
A loja física da Meta ainda sequer abriu, mas não há qualquer dúvida que um dos desafios dos metaversos é permitir que mais gente experimente suas possibilidades, antes de investir centenas de dólares em um equipamento que ainda é desengonçado, pesado e não muito fácil de operar.
Agora é aguardar para ver.
