A Casa Branca reiterou nesta segunda-feira seu pedido para que o Congresso dos Estados Unidos aprove novos regulamentos que obriguem redes sociais como o Twitter a serem responsabilizadas pelos “danos que causam”.
A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, fez esta declaração logo após o Twitter anunciar que havia aceitado a oferta de aquisição do empresário sul-africano Elon Musk por cerca de US$ 44 bilhões (cerca de R$ 215 bilhões).
Psaki se recusou a comentar a “transação específica” entre Musk e o Twitter, mas disse que, seja quem for o dono da empresa, o presidente dos EUA, Joe Biden, “há muito se preocupa com o poder das grandes plataformas de mídia social”.
“(Biden) vem dizendo há muito tempo que as plataformas de tecnologia devem ser responsabilizadas pelos danos que causam”, ressaltou a porta-voz em sua entrevista coletiva diária.
Psaki declarou ainda que o presidente americano “apoia fortemente a aprovação de reformas fundamentais para atingir esse objetivo”, incluindo reformas antitruste que “exigem mais transparência” nesses tipos de fusões ou aquisições.
Biden também acredita que deve ser reformada a chamada Seção 230 da Lei de Decência nas Comunicações de 1996, lembrou a porta-voz.
Essa seção estipula que as grandes empresas de Internet estão isentas de quase todas as consequências legais decorrentes do conteúdo postado em sua plataforma e até mesmo de suas próprias decisões de remoção de conteúdo, porque deveriam ser meros intermediários ou canais.
Por fim, Psaki acrescentou que há “interesse bipartidário” no Congresso em promover esse tipo de reforma, algo que “tranquiliza” Biden.
Antes de comprar o Twitter, Musk vinha sendo altamente crítico à rede social e questionou se suas regras aderem “rigorosamente” ao princípio da liberdade de expressão.
Sua crítica levantou muitas incertezas, inclusive entre os próprios funcionários do Twitter, preocupados que Musk pudesse exercer poder excessivo na empresa para mudar seus padrões éticos de postagem.
Essas regras levaram à suspensão de contas de figuras da extrema-direita, incluindo o ex-presidente dos EUA Donald Trump (2017-2021), banido do Twitter desde janeiro de 2021 depois que a empresa concluiu que suas mensagens instigaram o ataque ao Capitólio.
Em entrevista à emissora “Fox News” nesta segunda-feira, Trump comentou que não quer voltar ao Twitter e que planeja em breve ingressar na rede social alternativa que vem promovendo, a TRUTH Social.