Musk pode lançar sua rede social se compra do Twitter falhar


O empresário bilionário Elon Musk, que recentemente vendeu ações da Tesla por quase US$ 7 bilhões (R$ 35,5 bilhões) para conseguir pagar o Twitter, revelou que pode criar sua própria rede social caso a compra não dê certo.

O anúncio foi feito de maneira informal, em resposta a uma pessoa que perguntou, no Twitter mesmo, o que Musk faria se os planos dele acabem não se concretizando.

O fundador da Tesla e da SpaceX respondeu apenas com um enigmático site: x.com. Possivelmente, este seria o nome de uma plataforma concorrente, sob suas próprias regras, que ele já ameaçou criar diversas vezes.

O que é a X.com?

De acordo com o site americano Yahoo! Finance, Musk comprou este domínio do PayPal, empresa da qual já foi o CEO, em 2017.

musk x.com - Reprodução - Reprodução

Elon Musk segurando um cartão do banco digital X.com, na epoca em que era CEO do PayPal

Imagem: Reprodução

O X.com foi criado em 1999, como um banco online, antes de ser fundido com o próprio PayPal em 2000; 17 anos depois, Musk declarou que ele tinha “grande valor sentimental” e poderia ser um domínio guarda-chuva para outros empreendimentos dele.

Atualmente, ao entrar na página, apenas um minimalista “x” digitado aparece no canto superior esquerdo, em fundo branco.

X.com - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Entenda a treta entre Musk e o Twitter

A novela da compra do Twitter por Elon Musk teve início no começo de abril deste ano, e parecia ter terminando em julh, quando o empresário anunciou ter desistido da aquisição. Agora, ambas as partes brigam no tribunal pelos seus direitos.

Compra de ações

Em 4 de abril, Musk revelou em um documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) que havia adquirido pelo menos 73,5 milhões de ações do Twitter. A rede social chegou a anunciar que o bilionário faria parte do conselho de administração da empresa, mas ele recusou o cargo.

A oferta

Musk ofereceu comprar o Twitter pelo preço de US$ 54,20 por ação (R$ 275,06 na conversão atual), em proposta revelada no dia 14 de abril em um documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos. Inicialmente, o Twitter resistiu, mas a diretoria da rede social acabou cedendo e, em 25 de abril, anunciou um acordo definitivo de compra.

Os fundos

Em 29 de abril, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos revelou que Musk vendeu ações da Tesla por cerca de US$ 8,4 bilhões (R$ 42,78 bi). Em 5 de maio, o executivo também afirmou ter arrecadado US$ 7,14 bilhões (R$ 36,37 bi) em financiamento com investidores.

Agora, em 9 de agosto, Musk vendeu mais ações da Tesla, levantando outros US$ 6,9 bilhões (R$ 35,14 bi).

As dúvidas

Musk anunciou, em 13 de maio que estava cancelando a oferta devido ao número de perfis falsos no Twitter, fazendo o preço das ações do grupo cair em 20%. Algum tempo depois, declarou ainda estar “comprometido” a comprar a empresa.

Em 6 de junho, o empresário sul-africano retirou a oferta novamente, alegando que a rede social estava resistindo “ativamente” aos seus pedidos de informações sobre bots de spam e contas falsas. O Twitter negou categoricamente as acusações.

A desistência

Em 8 de julho, o chefe da Tesla informou que estava cancelando o acordo com o Twitter devido a informações “falsas e enganosas” sobre a empresa. Em resposta, o conselho de administração da rede social anunciou uma ação judicial para fazê-lo cumprir os termos do acordo.

Quatro dias depois, o Twitter entrou com uma ação em um tribunal especializado em direito empresarial no estado de Delaware, argumentando que a estratégia de Elon Musk é um “modelo de hipocrisia” e de “má-fé”.



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