O primeiro dos grandes espetáculos celestes de agosto acontece hoje (11): a superlua do Esturjão. Para enfeitar ainda mais o céu noturno, ela estará em conjunção com o brilhante planeta Saturno.
Esta é a terceira e última “superlua” de 2022 — uma nomenclatura polêmica para os astrônomos. Por estar um pouco mais próximo da Terra, nosso satélite poderá aparecer até 15% maior e 30% mais brilhante. Mas não é algo tão perceptível aos nossos olhos; será tão exuberante quanto toda Lua cheia.
O fenômeno é visível a olho nu, de qualquer parte do Brasil. Basta um céu limpo. Moradores do eixo Sul/Sudeste do país podem ter a observação prejudicada, devido ao mau tempo na região, com chuvas e fortes ventos.
Lembrando que um site ou app de astronomia (como Skywalk, Starchart, Sky Safari ou Stellarium) são úteis para encontrar a posição dos objetos e prever os melhores horários de visibilidade em sua região.
Como ver?
A Lua cheia nascerá por volta das 17h30, a leste, junto com o pôr do Sol (que estará a oeste). Quem tiver uma vista desobstruída, poderá acompanhar os dois fenômenos simultaneamente, um em cada lado do firmamento.
Ela ficará visível durante toda a noite, até o amanhecer. Basta acompanhar seu movimento pelo céu.
E, se olhar logo abaixo da Lua, ligeiramente à esquerda, lá estará o planeta Saturno — ele tem a aparência de uma grande estrela de brilho fixo amarelo-alaranjado.
Aproveite para admirar a “superlua” na primeira hora após nascer, mais próxima do horizonte, pois efeitos ópticos fazem com que ela pareça maior, devido à perspectiva com referenciais terrestres, como prédios e árvores.
Nesse período, ela também pode apresentar belas variações de tonalidade, amarelada, alaranjada ou até mesmo avermelhada, por causa da interação com a atmosfera.
Repare que as melhores fotos sempre são nestes momentos. Quando ficar mais alta no céu, a Lua estará igualmente ou até mais brilhante — mas parecerá menor.
Se não conseguir ver hoje, a noite de sexta-feira (12) também é uma ótima oportunidade de observação, com nosso satélite ainda com 100% de iluminação. Ela nascerá um pouco mais tarde, por volta de 18h40.
Por que “do esturjão”?
Em antigas tradições, as Luas cheias costumavam ser relacionadas a significados culturais e místicos — que não têm qualquer embasamento astronômico. Povos nativos norte-americanos batizaram todas elas, associando-as a fenômenos naturais, como estações do ano, plantas e animais.
“Lua do Esturjão” é o apelido que algumas culturas deram para a Lua cheia de julho, época em que estes animais apareciam nos lagos. Eles são uma espécie rara e enorme de peixe de água doce, com aparência pré-histórica., .
Aqui no Brasil, com as estações invertidas em relação ao hemisfério Norte e outro tipo de fauna e flora, a maioria desses nomes não faz sentido. De qualquer forma, são metáforas interessantes.
Veja o calendário das próximas Luas cheias de 2022 e seus apelidos:
10/9 – Lua da Colheita
9/10 – Lua do Caçador
8/11 – Lua do Castor
8/12 – Lua Fria
O que é uma superlua?
Superlua não é um conceito astronômico, mas sim um nome popular. O termo foi, originalmente, cunhado por um astrólogo, Richard Nolle, em 1979. Mas, hoje, até a Nasa usa esta designação.
Em linhas gerais, é considerada “super” uma Lua cheia que coincide ou está bem próxima ao seu perigeu — momento do mês em que ela está mais perto da Terra, em sua órbita elíptica (como um oval, que se afasta e aproxima). A superlua pode ocorrer em qualquer fase, mas chama mais atenção na Lua cheia.
A de agosto estará a “apenas” 359.828 km da Terra, e o momento exato do perigeu é às 14h08 desta quinta-feira.
Já o ponto em que nosso satélite fica mais distante é chamado de apogeu (a cerca de 400 mil km); uma Lua cheia que coincide com ele, da mesma forma, pode ser chamada de “microlua”.