Macarrão alienígena? Nasa explica objeto misterioso em Marte


No mês passado, o robô-jipinho Perseverance encontrou um objeto misterioso em Marte: um emaranhado, que mais parecia um monte de “espaguete”, sobre o solo rochoso do planeta. Ele foi registrado pelas câmeras do rover em 12/7, mas imagens de 16/7 mostravam que havia desaparecido.

Finalmente, cientistas da Nasa descobriram do que se trata e como chegou lá. Spoiler: não é comestível e nem alienígena. Tem a ver com o dramático pouso da missão, na Cratera Jezero (que abrigou um antigo lago marciano, onde pode haver vestígios de antiga vida microbiana), em fevereiro do ano passado.

Um sistema de descida (chamado EDL) colocou o Perseverance em segurança na superfície, e caiu, sem qualquer amortecimento, em um local mais afastado, conhecido como Planície Hogwallow. Destroços dele se espalharam por uma grande área, e frequentemente aparecem nas fotos da missão — já vimos o escudo protetor e uma manta reluzente, entre outros.

O “macarrão” em questão é mais um destes lixos humanos: provavelmente, um pedaço rasgado de rede Dracon. Esse material — um tipo de fibra de poliéster — é usado em mantas térmicas que ajudam a regular a temperatura dos equipamentos, durante o flamejante processo de descida.

A equipe disse, em um comunicado da agência espacial, que “este pedaço de rede em particular parece ter sofrido um desfiamento/trituração significativo, sugerindo que foi submetido a fortes forças.”

macarrao marte - NASA/JPL-Caltech - NASA/JPL-Caltech

Imagens de 12 e 16 de julho sugerem que o objeto tenha sido carregado pelo vento

Imagem: NASA/JPL-Caltech

O mais impressionante é a longa distância que ele viajou. O EDL caiu a cerca de 2km de distância de onde o Perseverance está explorando. A Nasa sugere que o impacto pode ter espalhado material pelo ar, e que os ventos intensos do planeta teriam carregado os destroços ainda mais longe.

O desparecimento do “espaguete” significa que ele é leve o suficiente para ser movido para lá e para cá pela brisa marciana – e eventualmente pode voltar a ser encontrado.

A Nasa tem monitorado os detritos, para que não prejudiquem a missão, por exemplo, se enroscando no rover ou contaminando as amostras de rochas que estão sendo coletadas.



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