Acima vemos como celulares estão adquirindo configurações próximas ao de notebooks. Na imagem, comparamos dois modelos de referência em suas respectivas categorias: o Dell XPS 13, um dos notebooks Windows mais vendidos e poderosos disponíveis no Brasil; e o Galaxy S22 Ultra, top de linha mais popular entre os Androids atualmente no mundo.
Ambos possuem telas que exibem milhões de pixels. A vantagem de um PC, porém, é que ele ainda consegue rodar jogos e programas de edição bem mais complexos do que os aplicativos e games num celular. Além disso, ele trabalha em conjunto com uma placa de vídeo mais poderosa (que simplesmente não cabe no formato compacto de um telefone).
O mesmo vale para o processador. Os modelos de celulares mais avançados executam cada vez mais tarefas complexas e rápidas. Porém, a finalidade de uso é o que vai contar na hora da comparação. O notebook de quatro núcleos do XPS 13 acaba sendo melhor do que o chip de oito núcleos do Galaxy S22 Ultra para editar profissionalmente uma imagem ou vídeo com altíssima resolução. Ao mesmo tempo, é muito mais burocrático usar redes sociais pelo computador. Logo, o uso do smartphone é mais adequado.
“As peças são praticamente as mesmas. Eu posso fazer quase as mesmas coisas no celular e no computador, só que de uma maneira mais restrita [no smartphone] por conta até da interface. A tela é menor, eu não tenho um teclado para escrever grandes textos… mas poderia até ter, usando um teclado externo”, diz Angelo Sebastião Zanini, coordenador do curso de engenharia de computação do IMT (Instituto Mauá de Tecnologia).
Igualmente, o volume de memória de um celular tem funções diferentes da memória de um PC. “As arquiteturas são similares, porém as memórias RAM de um celular são projetadas para consumirem pouca energia, oferecendo taxas de transferência de dados elevadas e tamanho reduzido”, explica Nuncio Perrella, professor no curso de engenharia da computação do IMT.
Já o armazenamento é parecido: com 1 TB, você pode guardar muitos programas e arquivos no PC, enquanto, no celular, a maior parte é ocupada por fotos e vídeos gravados com o próprio aparelho e compartilhado em apps de mensagens e redes sociais. Para muitos, o armazenamento do computador não passa de um backup. Já o do celular é quase uma extensão da nossa memória.
Nos últimos anos, a diferença entre essas peças também vem diminuindo. A Apple, por exemplo, já usa nos computadores a mesma arquitetura dos seus processadores de celular, feitos para consumir menos energia. E já há marcas de telefone, como Xiaomi e Lenovo, usando unidades de armazenamento em estado sólido (SSDs), comuns em PCs, para armazenamento de celular.