A Nasa, agência espacial dos Estados Unidos, divulgou mais informações sobre o impacto do micrometeoroide que atingiu o telescópio James Webb, em maio deste ano. O tamanho da partícula espacial é maior do que os cientistas imaginaram.
Uma imagem divulgada pela Nasa mostra o local em que o equipamento foi afetado: o segmento C3 do enorme espelho principal (6,5 metros de diâmetro) em forma de colmeia dourada.
O James Webb possui 18 segmentos hexagonais de espelhos de berílio sólido — os outros 17 estão em perfeitas condições e foram realinhados para compensar a falha no C3.
Dano relativamente grave, mas isolado
Segundo a agência espacial dos EUA, o dano provocado pelo micrometeoroide foi relativamente grave e irreparável, causando “uma mudança significativa e incorrigível no valor geral desse segmento”.
A impressionante performance que vimos nas primeiras fotos divulgadas foi levemente reduzida. Isso quer dizer que o telescópio está deformando um pouquinho mais a luz das estrelas e galáxias que chega a ele.
Contudo, os pesquisadores garantem que o telescópio segue operando em um nível superior às metas da missão, “porque apenas uma pequena parte da área foi afetada”. Logo, os resultados continuam dentro da margem de erro esperada.
A imagem abaixo mostra um “antes e depois” do telescópio. No lado esquerdo, o equipamento é destacado antes do impacto do micrometeoroide. No lado direito, é possível ver uma diferença de intensidade de luz na parte inferior dos espelhos.
Na escala do gráfico, quanto mais clara a cor, maior o índice de falha.
Impactos
Os riscos de impactos dos micrometeoroides (partículas do tamanho de grãos de areia, viajando a velocidades altíssimas) são inevitáveis na operação de qualquer nave espacial.
Ao longo de sua vida útil, estimada inicialmente em dez anos, impactos como esse “degradarão graciosamente seu desempenho”, segundo a Nasa. Na verdade, nos seis primeiros meses de operação, já aconteceram 19 colisões: 13 inofensivas, cinco com danos insignificantes e um grave (o retratado nesse texto).
Os pesquisadores continuarão avaliando o ocorrido para tentar identificar se o impacto grave foi algo raro ou se a estrutura do equipamento pode vir a ser mais atingida do que se imaginava.
*Com informações de Space e Astronomy