O que aconteceria com o corpo de uma pessoa que morresse no espaço


Imagine estar em pleno espaço e morrer por algum motivo: o que acontece com o corpo nesta situação? Ele ficará vagando pela calmaria do vácuo espacial?

A resposta é: depende. Primeiro é preciso saber se a pessoa está ou não com uma roupa especial. Com o traje, as bactérias do nosso corpo continuariam vivas por um tempo e os processos de decomposição ocorreriam normalmente dentro dele.

Agora, se a pessoa estiver sem a roupa apropriada ou se ela sofrer graves avarias em sua estrutura, esse processo é afetado, pois teria ausência de microrganismos e processos de decomposição. Na prática, o corpo vira um “salgadinho espacial”.

“A primeira coisa que vai acontecer é um processo de desidratação. Como a pressão é muito baixa, perde água. Não necessariamente como em filmes, em que o corpo explode. Você perde o ar, morre e aí perde água. Esta água vai sendo evaporada e você vai virar um ‘cheetos de batata frita’, completamente seco”, explica Douglas Galante, astrobiólogo do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP)

Múmias espaciais

Mas, além disso, Galante acrescenta que, se morrermos no espaço, vamos nos tornar também “múmias espaciais”.

“Se você desidrata, toda atividade biológica é suspensa. A atividade de bactérias vai ser suspensa. Você fica mumificado, completamente seco, até alguma coisa acontecer”, explica.

O que aconteceria depois?

O “até alguma coisa acontecer”, citado pelo especialista, pode ser um pouco mais tenebroso do que pensar apenas em um corpo vagando pelo espaço. Tudo depende de que trecho do Universo a pessoa estava ao perder a vida.

Se isso ocorre na região da ISS (Estação Espacial Internacional), por exemplo, a pessoa vai virar mais do que um salgadinho: pode se transformar em uma estrela cadente.

“Se acontecer em baixa órbita terrestre, como na ISS, você ficaria orbitando a Terra por alguns anos até perder a velocidade e cair, virar uma estrela cadente e pegar fogo. [Você] Seria consumido antes de chegar ao solo”, descreve Galante.

Agora, se o óbito ocorrer no espaço profundo, a situação já é mais tranquila. O corpo humano ficaria, a princípio, vagando para sempre, como um asteroide ou cometa.

Em um eventual efeito gravitacional, a pessoa morta poderia acabar colidindo com algo.

Na história científica não há, até hoje, registro de um ser humano que tenha morrido no espaço — apesar de os programas espaciais soviético e chinês não primarem pela transparência.

Houve o caso da cachorra Laika, enviada ao espaço pelos russos, que morreu horas depois do lançamento e nunca retornou para a Terra. Ela pode ter virado uma estrela cadente.



Source link

Se inscreva na nossa Newsletter

Veja Mais

Sem categoria

Entrevista com Sérgio Buniac, presidente global da Motorola

Tilt: Como vocês têm lidado com as concorrentes chinesas? Chega a ser um problema ou passa longe de ser uma preocupação? SB: Podemos competir com qualquer fabricante de qualquer região. Não é fácil, mas somos competitivos – não custa lembrar que somos chineses também [a chinesa Lenovo é dona da Motorola Mobility]. Sobre ser uma

Sem categoria

5G pode atrasar em até 60 dias em 15 capitais brasileiras

O Grupo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que acompanha a limpeza das faixas para ativação do 5G propôs, nesta sexta-feira, 12, mais 60 dias de prazo para que a tecnologia comece a rodar em 15 capitais brasileiras, a maioria delas localizada nas regiões Norte e Nordeste. O conselho diretor da Anatel ainda precisará aprovar