Washington, 15 Jul 2022 (AFP) – Os Estados Unidos vão retomar os voos para a Estação Espacial Internacional (ISS), em cooperação com a Rússia, “para garantir a continuidade das operações”, apesar de tentar isolar Moscou pela invasão da Ucrânia – anunciou a Nasa nesta sexta-feira (15).
Dois astronautas americanos voarão a bordo de um foguete russo Soyuz em duas missões separadas. A primeira delas está programada para setembro.
E, pela primeira vez, dois cosmonautas russos vão embarcar em foguetes SpaceX.
A missão estava planejada há muito tempo, mas faltava o sinal verde da Rússia. Ainda não se sabia que decisão Moscou tomaria, após a eclosão da guerra com a Ucrânia, no final de fevereiro deste ano.
Nas últimas semanas, funcionários da Nasa reiteraram seu interesse em ver isso acontecer.
O anúncio veio horas depois de o presidente russo, Vladimir Putin, demitir o diretor da agência espacial russa (Roscosmos), Dmitri Rogozin. Desde a ofensiva russa contra a Ucrânia, esta última fez declarações muito hostis contra o Ocidente.
“Para garantir a segurança da Estação Espacial Internacional, para proteger a vida dos astronautas e para garantir a presença contínua de americanos no espaço, a Nasa retomará os voos integrados em naves espaciais americanas e russas Soyuz”, informou a Nasa, em um comunicado.
O astronauta americano Frank Rubio voará a bordo de um foguete Soyuz que deve decolar em 21 de setembro, junto com dois cosmonautas russos. Já a americana Loral O’Hara embarcará em uma nave espacial russa em 2023.
Além disso, Anna Kikina – a única cosmonauta feminina ativa – fará parte da tripulação Crew-5 que decolará em setembro, a bordo de um foguete SpaceX. O cosmonauta Andrei Fedyaev viajará com a Crew-6 em 2023.
Desde que os Estados Unidos suspenderam os ônibus espaciais em 2011 e até o primeiro voo da empresa privada SpaceX para a ISS em 2020, o programa da Nasa foi forçado a enviar astronautas americanos para a ISS, comprando da agência espacial russa assentos a bordo de foguetes Soyuz.
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