O mundo vai esperar um pouquinho menos para conferir a primeira imagem do telescópio espacial James Webb, o mais potente já feito. A Nasa decidiu antecipar a revelação e o presidente dos EUA, Joe Biden, irá mostrar uma das fotos já nesta segunda-feira (11), às 18h (horário de Brasília).
É possível que a imagem escolhida seja a visão mais profunda já feita de nosso universo. A Nasa confirmou ter captado o registro há algumas semanas (e liberou uma prévia na sexta-feira, dia 8). Acompanhe Tilt para receber a notícia em primeira mão.
O evento originalmente programado para amanhã (12), às 11h30 (horário de Brasília), continua valendo. A transmissão ao vivo no canal do YouTube da agência espacial deve focar em outros materiais também inéditos produzidos pelo James Webb.
O que vem por aí
“A liberação das primeiras imagens coloridas do James Webb oferecerá um momento único para pararmos e nos maravilharmos com uma visão que a humanidade nunca viu antes”, disse Eric Smith, cientista do programa James Webb, em comunicado da agência espacial.
Entre as imagens aguardadas para terça-feira estão o espectro do exoplaneta (planeta que fica fora do sistema solar) WASP-96 B. Esta foto permitirá que cientistas meçam a luz emitida em determinados comprimentos de onda, para dar uma noção da composição química e formação do local.
Ao todo, o telescópio James Webb apontou para cinco alvos neste primeiro momento:
- Carina nebula: uma das nebulosas (nuvens de poeira espacial onde estrelas são formadas) mais brilhantes do céu. Nesta nebulosa ficam estrelas várias vezes maior que o Sol;
- WASP-96B (espectro): um exoplaneta composto de gás e que fica a 1.150 anos-luz da Terra;
- Nebulosa de Anel do Sul: uma nebulosa planetária, uma nebulosa de nuvem de gás, que fica ao redor de uma estrela morta. Ela fica a uma distância de 2.000 anos-luz da Terra;
- Quinto de Stephan: grupo de cinco galáxias que fica na constelação de Pegasus, a cerca de 290 milhões anos-luz da Terra;
- SMACS 0723: um cluster (agrupamento) de galáxias que distorce a luz de objetos por trás delas, permitindo uma visão profunda de galáxias extremamente distantes e fracas.
O substituto do Hubble
Desenvolvido há décadas e lançado em dezembro de 2021, o telescópio espacial James Webb faz parte de um esforço da Nasa, da Esa (Agência Espacial Europeia) e CSA (Agência Espacial Canadense).
Apesar de estar no espaço há pouco mais de seis meses, ele primeiro teve que chegar ao ponto Lagrange L2 (a 1,5 milhão de km da Terra) e passar por uma série de operações de calibragem até começar a fazer as primeiras observações.
Até o momento, o consórcio de países responsável pelo James Webb apenas divulgou imagens de calibragem, testes ou “spoilers” do que vem por aí, mostrando o nível de definição do telescópio comparado com outros observatórios espaciais.
Como é praxe em sistemas espaciais envolvendo diversas agências espaciais, há um mecanismo de competição entre astrônomos ligados a esses órgãos para a escolha de pontos de observação.
O James Webb é considerado o melhor observatório espacial já feito, e é uma espécie de substituto do telescópio Hubble. Espera-se que com ele seja possível resolver mistérios da origem de nosso sistema solar, observar mundos distantes em volta de outras estrelas e verificar as estruturas e origens de nosso universo.