Um meteoro rasante riscou os céus do Rio Grande do Sul, sobre a praia de Cidereira, no litoral norte do Estado, na noite de quarta-feira (15). Ele deixou um rastro longo e brilhante, que parecia subir, em vez de descer.
O fenômeno luminoso ocorreu aproximadamente às 22h37, e foi classificado pelos astrônomos como um “earthgrazer” (ou rasante) — que apenas passa de raspão.
Um meteoro deste tipo acontece quando uma pequena rocha espacial entra em nossa atmosfera superior em um ângulo muito raso, e não queima completamente. Então ela “quica” e volta ao espaço, percorrendo uma grande distância no céu.
É algo que acontece com pouca frequência, e raramente é registrado por câmeras. O Observatório Espacial Heller & Jung, em Taquara (RS) conseguiu registrar algumas imagens, ele fica a cerca de 100km de distância de Cidereira.
“A análise inicial indica que foi um earthgrazer da chuva de meteoros Southern June Aquilids, que é uma chuva fraca que ocorre neste período de junho”, disse Carlos Fernando Jung, proprietário do observatório e diretor da Bramon (Rede Brasileira de Observação de Meteoros).
Ele ingressou em ares terrestres a uma altitude de 93,5km, e seu último registro foi a 89,5km. Teve duração de 6,01 segundos e atingiu uma magnitude de -2,22 (brilho similar ao do planeta Júpiter).
“À medida que um earthgrazer passa pela nossa atmosfera, sua massa e velocidade mudam, de modo que sua órbita, ao reentrar no espaço, será diferente do que quando encontrou a atmosfera terrestre”, explica.
Já meteoros “comuns”, que ocorrem o tempo todo, entram totalmente na atmosfera, descendo até suas camadas mais baixas.
Nesse processo, devido à fortíssimas pressão e temperatura, a maioria é completamente vaporizada. Alguns têm fragmentos que resistem ao processo e caem em solo, recebendo o nome de meteoritos.