processo por atualização para bateria pode custar R$ 4 bilhões


Uma decisão da Apple de cinco anos atrás está rendendo uma grande dor-de-cabeça atualmente, que pode custar à empresa 750 milhões de libras esterlinas (cerca de R$ 4 bilhões).

A empresa está sendo processada pelo britânico Justin Gutmann, ativista dos direitos de defesa do consumidor, por uma atualização que foi implementada em iPhones antigos, para lidar com eficiência da bateria. A Apple admitiu a medida em 2017.

Gutmann alega que, por causa dela, esses modelos ficaram mais lentos. Ele exige indenização para os mais de 25 milhões de clientes da companhia no Reino Unido. A ação foi registrada no Competition Appeals Tribunal (Tribunal de Apelações da Concorrência, em tradução direta).

Melhorou para pior?

A atualização era um gerenciamento de bateria, não documentado, que desacelera o desempenho de modelos como iPhone 6, 6 Plus, 6S, 6S Plus, SE, 7, 7 Plus, 8, 8 Plus e X. A Apple afirmava que isso impedia ocorrências de desligamento repentino.

Entre outros argumentos, o defensor dos direitos dos consumidores diz que os usuários foram prejudicados pela decisão da Apple de não divulgar a incapacidade das baterias antigas de suportar as atualizações às quais o iPhone era submetido.

O processo registra ainda que não houve nenhum tipo de campanha para a substituição gratuita, reparo ou recall do item afetado, e que a empresa pressionou os consumidores a atualizar seu dispositivo, mesmo diante da perda do desempenho, desconhecida por parte do público. Essa queda podia chegar a até 58%.

A defesa da maçã

A Apple, por sua vez, reconheceu o chamado “estrangulamento” das baterias, mas apenas depois de um ano do início desta desaceleração.

Em documento sobre o ocorrido, ela defende que uma bateria em mau estado não consegue fornecer a corrente elétrica máxima que o processador exige, o que acaba causando o desligamento abrupto do celular. Para evitar isso, a “atualização denunciada” permitia que o dispositivo continuasse funcionando, porém em um ritmo mais vagaroso.

Em um comunicado sobre o tema, a empresa afirma que não pretendeu encurtar a vida útil de qualquer produto intencionalmente ou comprometer a experiência dos clientes para impulsionar as atualizações. Hoje, para o usuário verificar se existe alguma limitação, os iPhones passaram a ter um relatório no menu das configurações, na opção “Saúde da Bateria”.

No Reino Unido, este é só mais um dentre outros casosjudiciais que apontam o “estrangulamento”.

Na Itália, a Apple recebeu uma multa de 10 milhões de euros (quase R$ 59 milhões) pelo mesmo motivo. A Samsung também levou uma multa de 5 milhões de euros (quase R$ 26 milhões) por um programa com a função parecida. Nos EUA, uma ação coletiva obrigou o pagamento de US$ 25 por iPhone, o que pode totalizar US$ 310 milhões (em torno de R$ 1,5 bilhão e meio).

*Com informações de The Guardian e Engadget



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