Por que impressora quebra tão fácil?


Num momento crítico, quando você mais precisa usar a impressora… ela para de funcionar. Para muita gente, era assim na década de 1990 e a impressão (atenção para o trocadilho) é que é assim até hoje. Mas por que, mesmo com tantos avanços tecnológicos nos últimos anos, essas máquinas ainda aparentam ter muitos problemas?

Especialistas citam vários fatores-chave, como uso de peças remanufaturadas, o clima tropical do Brasil, a falta de uso e até a escolha do modelo errado para as necessidades do consumidor. Portanto, para entender o problema, é preciso antes saber como uma impressora funciona.

Basicamente, há dois modelos que dominam o mercado: as que utilizam laser e as que utilizam jato de tinta.

Para converter imagens e textos digitais em cópias físicas, elas utilizam um driver (softwares que fazem a comunicação entre o computador e o hardware conectado a ele), que consegue “traduzir” o arquivo a ser impresso numa língua que a impressora possa entender.

Então, a imagem ou texto é transportada para o papel, no formato de vários pontinhos minúsculos. A grande diferença entre as impressoras a laser e as impressoras a jato de tinta é a maneira como esses pontinhos são transferidos para a página.

Impressora a jato de tinta

Como o nome indica, essa impressora usa tinta líquida para criar o texto ou imagem. Por isso, ela é mais indicada para impressões coloridas e para quem não precisa de muitas impressões mensais.

Nessas máquinas, a peça responsável por transferir a tinta para o papel, chamada de cabeça de impressão, tem milhares de buraquinhos por onde gotículas de tinta caem sobre esse papel.

Como a cabeça se move horizontalmente, o papel passa de forma perpendicular a ela. Quem vê a imagem pronta sequer pensa que são milhares de gotículas juntas, enxergando apenas um único desenho sólido.

Impressoras a laser

A impressão é feita usando toner, um pó químico que substitui a tinta líquida. O processo é mais rápido e mais econômicao – portanto, esse modelo é indicado para quem faz um grande número de impressões por mês, como empresas e escritórios.

A impressora a laser também faz milhares de pontinhos, gerando imagens sólidas, mas sua tecnologia é bem mais avançada, usando a eletricidade estática.

De forma resumida, uma carga elétrica é aplicada numa peça rotatória, chamada de cilindro fotorreceptor. O laser, que serve como fonte de luz, ilumina o cilindro no contorno da imagem desejada. O toner, que tem carga elétrica positiva, é repelido pelas áreas do cilindro com carga positiva e atraído pelas áreas descarregadas. Assim, o toner gruda nas partes que formam a imagem.

O papel sai da bandeja e vai até o cilindro, que, por sua vez, transfere a imagem para o papel. A folha então passa pelo fusor, que aplica calor e pressão para derreter as partículas de toner, de forma que elas grudem definitivamente na página.

Mas e os problemas?

Para Robson Alves Pinto, proprietário da RPM, empresa de outsourcing de impressão de São Paulo, uma das fontes de tanta dor de cabeça é a escolha errada de impressora para a necessidade de um negócio.

“Às vezes, quem faz a cotação com a gente é o rapaz do TI da empresa. Ele entende mais ou menos do assunto. Aí, faz três orçamentos e leva para o financeiro da empresa decidir, que não entende nada. Eles escolhem o mais barato”, resume Pinto. Para ele, “95% dos clientes” escolhe impressora pelo custo, e não necessariamente a mais barata é a mais eficiente.

Outra questão é o alto preço dos insumos, que faz com que muitas peças sejam remanufaturadas. Um fusor original, por exemplo, custa em torno de R$ 1.200. Muitos preferem um modelo de segunda mão, que sai por um preço de R$ 300 a R$ 400. “Só que, nesse caso, se o [fusor] compatível rodar 50% do original, já vai ser muito”, diz.

Impressora de casa também estraga

Já as impressoras a jato de tinta, que costumam ser escolhidas por quem não precisa imprimir tanto, sofrem exatamente por isso: a falta de uso constante danifica a cabeça de impressão.

Quem explica é Brian Robert, proprietário do grupo Black Diamond, também uma empresa de outsourcing do ramo. “Essas impressoras são tipo ‘kamikaze’. Se estragar, só vale a pena mandar arrumar se ela tiver valor sentimental, porque quando a cabeça de tinta entope, não tem como desentupir”, diz ele.

O problema do entupimento é frequente, explica Robert, e pode ocorrer por várias razões. Uma delas é que há fabricantes que utilizam tinta de má qualidade, que não conseguem penetrar tão bem nos buraquinhos da cabeça de impressão.

Mas não é só isso. Também é recomendável imprimir, por dia, ao menos uma ou duas páginas nesse tipo de equipamento, para que ele consiga se manter funcional por mais tempo.

“As pessoas imprimem um pouquinho, depois ficam semanas sem imprimir. O que vai acontecer? A tinta é líquida, nós estamos num país tropical. A tinta vai secar. E, quando seca, acaba entupindo os filtros”, afirma. Para tentar consertar isso, seria preciso desembolsar 80% do preço de uma máquina nova.

Ou seja, se a sua impressora for a laser, a dica dos especialistas é procurar toners originais e não se contentar com os modelos mais baratos. Se for de jato de tinta, evite deixá-la parada por muito tempo. Sempre que precisar imprimir alguma coisa, não deixe para depois. Assim, a vida útil do equipamento pode ser prolongada.



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