Por Foo Yun Chee
BRUXELAS (Reuters) – Google, Facebook, Twitter e outras companhias de mídia social terão que tomar medidas para combaterem “deepfakes” e contas falsas em suas plataformas sob risco de serem penalizadas com multas pesadas pela União Europeia, afirmaram fontes nesta segunda-feira.
A Comissão Europeia vai publicar uma atualização do código de conduta sobre desinformação na quinta-feira como parte de uma campanha de combate à publicação de mentiras em redes sociais, afirmaram as fontes.
Introduzido em 2018, o código é de execução voluntária e será parte de um esquema de co-regulação, com responsabilidades compartilhadas entre autoridades e seus signatários.
A atualização vai trazer mais exemplos de comportamento de manipulação, como “deepfakes” e contas falsas, que os signatários do código terão que combater, afirmaram as fontes.
Deepfakes são falsificações hiperealistas de imagens e sons criadas por técnicas computacionais e que têm deixado autoridades globais preocupadas principalmente quando são usadas em contexto político.
O código será vinculado a novas regras mais rígidas da UE reunidas no “Ato de Serviços Digitais” aprovado pelos 27 países da UE neste ano.
Isso significa que as empresas que não cumprirem suas obrigações sob o código poderão enfrentar multas de até 6% do faturamento global, afirmaram as fontes.
“Do Brexit à guerra russa contra a Ucrânia, ao longo dos últimos anos, redes sociais bem conhecidas têm permitido a disseminação de estratégias de desinformação e desestabilização e mesmo ganhado dinheiro com isso. A desinformação não pode continuar sendo uma fonte de receita”, disse o secretário de Indústria da UE, Thierry Breton, que está liderando a campanha do bloco de países contra a publicação de mentiras na internet.
“O melhor antídoto é cortar o financiamento. As plataformas não podem mais receber um único euro com a disseminação de desinformação. Desmonetização é um ponto importante do código de práticas contra a desinformação”, disse ele.