Um meteoro muito brilhante riscou o céu da cidade de Vila Velha, Espírito Santo, na madrugada de ontem (10). O raro fenômeno durou quase dez segundos — considerado lento — e foi registrado por pelo menos duas câmeras de monitoramento.
Por ser tão grande, luminoso, explosivo e duradouro, ele foi classificado como um “bólido” pelos astrônomos.
Veja abaixo o vídeo:
A imagem foi captada às 5h, pela estação de Danilo Zan, membro da Exoss, projeto colaborativo brasileiro de estudo de meteoros.
“Foi um bólido bem brilhante, maior e mais longo que o normal. Bem interessante e raro, pois conseguiu sobreviver bastante tempo da atmosfera”, diz Marcelo De Cicco, astrônomo-coordenador da Exoss. “Tudo leva a crer que pode ser de origem asteoroidal.”
Seu brilho atingiu uma magnitude entre -5 e -6 (quanto mais negativo o número, mais luminoso; o planeta Vênus brilha a -4, por exemplo). Ele também foi registrado pelo Gaturamo Observatório Astronômico (GOA), da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Veja as imagens:
A trajetória da rocha espacial foi no sentido do Sul ao Leste, a uma altura de aproximadamente 80 quilômetros. Nos vídeos, é possível acompanhar sua fragmentação, enquanto queima devido ao atrito com o ar.
“O detalhe mais bonito é que todo o processo de ablação na atmosfera está bem visível. E existe a possibilidade de ter gerado meteoritos”, completa De Cicco.
Meteoro, fireball ou bólido?
Quando uma pequena rocha espacial (meteoroide) atinge a atmosfera da Terra, a altíssima velocidade provoca o aquecimento e a ionização dos gases ao seu redor, gerando o fenômeno luminoso que chamamos de meteoro — ou estrela cadente. Se ele é mais brilhante que o planeta Vênus, podemos chamá-lo de fireball (bola de fogo).
Um fireball que termina de forma explosiva, deixando um clarão ainda maior, com magnitude a partir de -4, também é classificado como bólido.
Na grande maioria das vezes, a rocha é completamente vaporizada durante sua passagem pela atmosfera, devido ao fenômeno chamado ablação. Dependendo de certas condições — como tamanho, composição e ângulo de entrada —, partes do meteoroide podem sobreviver ao processo, deixando fragmentos em solo, que então recebem o nome de meteoritos.