Os drones têm sido uma peça fundamental na guerra da Rússia contra Ucrânia, que ultrapassou os 100 dias na última sexta-feira (3).
Ambos os países têm usado a tecnologia, com equipamentos voltados para reconhecimento e envio de imagens em tempo real, outros que disparam mísseis e alguns que são a própria bomba, assim como os aviões kamikazes da Segunda Guerra Mundial.
No caso da Ucrânia, que tem poderio militar mais limitado que a Rússia, até mesmo drones comerciais foram modificados por voluntários para ajudar no conflito.
Confira os principais modelos de drones que estão sendo usados na guerra.
Bayraktar TB2
Fabricado na Turquia pela Baykar Technology, os modelos contam com 6,2 metros de comprimento e uma envergadura de 12 metros. São capazes de atingir 7,6 km de altitude e se deslocar cerca de 217 km/h.
Operados de maneira remota por militares em solo, esses drones carregam até 700 kg. Geralmente, levam bombas e mísseis ar-terra a laser.
O drone custa cerca de US$ 1 milhão (R$ 4 milhões), mas parece valer o investimento. Eles têm chamado bastante atenção no combate contra colunas de blindados e barcos russos.
KUB BLA
É fabricado pela empresa de defesa Zala Aero, uma subsidiária do Grupo Kalashnikov, o maior fabricante de armas da Rússia. Conhecido também como Zala KYB-UAV, ele foi projetado para derrotar alvos terrestres remotos
Apesar de ser alcançar até 130 km/h, permanecer no ar por 30 minutos, e carregar até 3 kg, ele tem sido usado mais como um drone-suicida (ou kamikaze).
Rob Lee, Ph.D. estudante do Departamento de Estudos de Guerra da King’s College University de Londres compartilhou um ataque contra um obus ucraniano fabricado nos EUA. O pesquisador acredita ter sido realizado com um KUB BLA.
Pelo menos, ele é mais “barato” para ser desperdiçado a cada ataque. Estima-se que custe US$ 160 mil (em torno de R$ 767 mil).
Switchblade
Fabricados pela AeroVironment, com sede na California, e enviados pelos Estados Unidos à Ucrânia. São conhecidos como munições de espreita, porque são capazes de permanecer vagando no local até que um alvo seja identificado. Também funcionam como kamikazes e já foram usados para atingir tanques e soldados russos.
Há duas versões:
Pesa apenas 2,5 kg e cabe dentro de uma mochila. Foi desenhado para atacar pessoas e veículos leves. Pode voar por cerca de 10 km e vagar por 15 minutos antes de colidir com o alvo.
Mais robusto, com 22,7 kg e um míssel de 15 kg, , é usado contra alvos maiores, como veículos blindados. Sua autonomia de voo é de 40 km e 40 minutos de planagem.
Orlan-10
Desenvolvido pela empresa russa Special Technology Center LLC, em São Petesburgo, o Orlan-10 é um drone multiuso de médio alcance. Pode ser usado para reconhecimento aéreo, monitoramento, busca e salvamento, detecção de sinais de rádio e rastreamento de alvos, entre outros. Seu valor é US$ 300 mil (cerca de R$ 1,5 milhão).
É lançado por meio de uma catapulta dobrável e recuperado usando um sistema de pouso com paraquedas. O peso máximo de decolagem é de 16,5 kg, respectivamente.
Segundo a Newsweek, o Ministério da Defesa da Rússia alega que esses drones tem sido utilizados para ajudar civis supostamente usados
Eleron-3
Projetado para reconhecimento optoeletrônico aéreo 24 horas, com detecção e identificação de objetos de reconhecimento, fotografia da região e busca visual pelo operador em tempo real.
Fabricado pela desenvolvedora russa de veículos aéreos não tripulados JSC ENICS, o Eleron-3 tem no mínimo 100 minutos de duração de voo e atinge uma velocidade máxima de 130 km/h. Seu peso máximo de decolagem é de 5,5 kg e carrega uma carga útil de até 1 kg.
De acordo com o The Washington Post, a Rússia tem usado esses drones de reconhecimento para explorar posições ucranianas, de acordo com o The Washington Post.
DJI Mavic 3
É um dos poucos modelos que estão sendo usados tanto pela Ucrânia quanto pela Rússia. Fabricados pela chinesa DJI, são equipados com uma câmera de alta qualidade, duas lentes e controle de exposição manual completo, ideal para profissionais de vídeo.
Os ucranianos têm customizado esses pequenos drones, de US$ 2.200 (cerca de R$ 10 mil), para vigilância e até para lançar explosivos menores nos militares russos.
#Ukraine: The Ukrainian forces attacked an UAV unit of the Russian army. The drones themselves were not abandoned, however a control unit for an Eleron-3 light reconnaissance drone was captured and a cargo truck was destroyed. pic.twitter.com/UZqDtAWnH6
— Ukraine Weapons Tracker (@UAWeapons) April 1, 2022
A DJI chegou a suspender a venda para os dois países, argumentando que seus drones não foram feitos para fins militares.