O céu de junho guarda bons espetáculos astronômicos visíveis a olho nu, com destaque para a primeira das duas “superluas” do ano.
O mês também marca a chegada do inverno, que, em seus dias frios e secos, com poucas nuvens, costuma ser a melhor época para observar estrelas e planetas — incluindo uma rara oportunidade de ver Mercúrio a olho nu e um alinhamento quíntuplo.
Um site ou app de astronomia (como Skywalk, Starchart, Sky Saari ou Stellarium) são úteis para encontrar a posição dos objetos e os horários de visibilidade em sua região. Saiba mais sobre os principais eventos:
14/6 – Lua cheia – Superlua de Morango
“Superlua” é o nome popular para quando a fase cheia da Lua coincide ou é bem próxima ao seu perigeu – o momento em que ela está mais perto da Terra naquele mês, em sua órbita elíptica. Isso faz com que nosso satélite apareça até 15% maior e 30% mais brilhante.
“De morango” era como a Lua cheia de junho era conhecida pelos povos nativos norte-americanos, pois marca o mês em que os frutos selvagens amadurecem naqueles países, no final da primavera (outono aqui no hemisfério Sul). Não quer dizer que ela estará com a cor ou o formato de um morango.
Em 17/6, a Lua vai nascer por volta das 17h40, logo após o pôr do Sol, na direção leste (lado oposto ao que o Sol se puser), e será visível durante toda a noite. O melhor horário para observar é durante a primeira hora após o nascimento, pois ela pode mostrar belas variações de tonalidade, amarelada, alaranjada ou até mesmo avermelhada, devido à interação com a atmosfera. Além disso, com os referenciais terrestres, temos a impressão de que ela está ainda maior, rendendo belas fotos.
O dia seguinte também é uma ótima oportunidade de observação. A segunda e última superlua de 2022 acontece já no mês que vem, em 13/7, chamada de “dos Cervos” em tradições do hemisfério do Norte, pois é a época em que a galhada destes animais se regenera.
16/6 – Mercúrio na elongação máxima a Oeste
Dos cinco planetas visíveis a olho nu, Mercúrio é o mais difícil de se observar, pois é o mais próximo do Sol e acaba ofuscado pelo brilho. Em junho, porém, ele alcança sua elongação máxima a Oeste (ou seja, mais afastado de nossa estrela), e podemos ter um dia de sorte.
Mas é preciso acordar bem cedo: ele estará visível logo antes do Sol nascer, durante cerca de uma semana. A partir da madrugada do dia 16/6, olhe para Leste (direção que o Sol nasce), entre 5h20 e 6h30 da manhã, com o céu ainda escuro. Preste muita atenção e procure uma pequena estrela com brilho fixo, pouco acima do horizonte. Um app pode te indicar o ponto exato.
21/6 – Solstício de inverno – fim do outono
Este dia marca o início do inverno no Hemisfério Sul — e do verão do outro lado do globo. Às 6h14, será oficialmente uma nova estação: o exato momento em que os raios solares incidem a Terra perpendicularmente sobre o Trópico de Câncer, devido ao ângulo de inclinação de nosso planeta. Assim, as regiões abaixo da linha do Equador ficam menos expostas ao Sol.
Não é algo possível de observar no céu, mas que tem grandes impactos climáticos e astronômicos. Para nós, é o dia mais curto e a noite mais longa do ano. O fenômeno oposto acontece em dezembro, no solstício de verão.
24/6 – Alinhamento de 5 planetas
Na última semana de junho, os cinco planetas do Sistema Solar visíveis da Terra a olho nu estarão alinhados em nosso céu: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno, nesta ordem. Entre Vênus e Marte, “o sorriso” da Lua crescente deixa a conjunção ainda mais bonita. Para ver todos ao mesmo tempo, é preciso observar logo antes do amanhecer, por volta de 5h. Até o final do mês, eles seguem rendendo bons espetáculos noturnos.