Um grupo de cientistas da universidade Northwestern, em Illinois, nos Estados Unidos, afirmam ter desenvolvido o menor robô móvel controlado remotamente do mundo. O equipamento, que tem formato e se move como um caranguejo, tem apenas meio milímetro de largura —menor do que uma pulga.
Segundo os pesquisadores, o objetivo de uma estrutura tão pequena é conseguir promover avanços tecnológicos para que ela tenha usos mais práticos. Os detalhes sobre o “robô caranguejo” foram publicados ontem (26) na revista Science Robotics.
Com seu meio milímetro, a tecnologia pode dobrar, torcer, rastejar, andar, girar e até pular. “Reduzir o tamanho desses robôs permite que eles funcionem mais rápido”, explicou o cientista John Rogers, da universidade Northwestern.
“Você pode imaginar micro robôs como agentes para reparar ou montar pequenas estruturas ou máquinas na indústria, ou como assistentes cirúrgicos para limpar artérias entupidas, parar hemorragias internas ou eliminar tumores cancerígenos, tudo em procedimentos minimamente invasivos”, acrescentou.
Ainda segundo os criadores, o “robô caranguejo” não está pronto para ser produzido em série, mas eles esperam que as técnicas usadas no protótipo ajude outros especialistas a construírem pequenos dispositivos em qualquer formato necessário para sua utilização.
“Nossa tecnologia permite uma variedade de modalidades de movimento controlado. O robô pode se movimentar com uma velocidade média de metade do comprimento do corpo por segundo”, afirmou o engenheiro mecânico Yonggang Huang, um dos pesquisadores envolvidos na criação do protótipo.
De acordo com o estudo, o “robô caranguejo” não é alimentado por hardware complexo, hidráulica ou eletricidade. O poder está na resiliência elástica de seu corpo.
Os pesquisadores usaram um material de liga que possui uma espécie de “memória” de formato de estrutura. É assim que o dispositivo consegue se locomover.
Para tornar o deslocamento possível, os pesquisadores usaram um feixe de laser para aquecer rapidamente o robô em diferentes locais específicos de sua estrutura. À medida que cada parte é aquecida, o robô muda de uma fase para outra.
O laser não apenas controla remotamente o robô para ativá-lo, mas também é capaz de direcionar a caminhada do aparelho.
“Como essas estruturas são tão pequenas, a taxa de resfriamento é muito rápida. Na verdade, reduzir o tamanho desses robôs permite que eles funcionem mais rápido”, explicou Rogers.
*Com informações Northwestern University