Por Alexandra Alper
WASHINGTON (Reuters) – Senadores republicanos querem impedir que lojas de aplicativos dos Estados Unidos, incluindo de Apple e Google, hospedem aplicativos que permitem que pagamentos sejam feitos com a moeda digital da China, em meio a temores de que o sistema de pagamento possa permitir que Pequim espione americanos.
O projeto de lei divulgado na quinta-feira afirma que as empresas que possuem ou controlam lojas de aplicativos “não devem transacionar ou oferecer suporte a nenhum aplicativo em [suas] lojas de aplicativos nos EUA que tenha adesão ou permita transações em e-CNY”.
O Center for a New American Security disse em um relatório de janeiro de 2021 que a moeda digital e o sistema de pagamentos eletrônicos da China “provavelmente seriam um benefício para a vigilância do Partido Comunista Chinês (PCC) na economia e para a interferência do governo no vidas dos cidadãos chineses”, observando que “as transações vão reter dados precisos sobre os usuários e suas atividades financeiras”.
A medida vem após o WeChat, aplicativo de mensagens e pagamentos da Tencent, com mais de 1,2 bilhão de usuários, anunciar que começaria a oferecer suporte à moeda no início deste ano. O Alipay, aplicativo de pagamentos popular de propriedade do Ant Group, de Jack Ma, também aceita a moeda digital. Ambos os aplicativos estão disponíveis nas lojas de aplicativos da Apple e Google.
Apple, Google, Ant e Tencent não responderam aos pedidos de comentários.
A Embaixada da China em Washington chamou o projeto de “outro exemplo dos Estados Unidos intimidando desenfreadamente empresas estrangeiras ao abusar do poder estatal com base na insustentável segurança nacional”.
Embora o impedimento de potenciais ameaças à segurança nacional ligadas à China seja um ponto raro de acordo bipartidário no profundamente dividido Congresso dos EUA, as perspectivas de aprovação do projeto são incertas.