Por que Congresso dos EUA fez 1ª audiência sobre OVNIs em 50 anos?


Muitas perguntas e poucas respostas. Foi assim que parte da imprensa norte-americana classificou o fim da primeira audiência pública sobre Óvnis (Objetos Voadores Não Identificados) no Congresso dos Estados Unidos em mais de 50 anos, realizada na última terça-feira (17).

No encontro com parlamentares, os funcionários do Pentágono não deram informações sobre como andam as investigações dos 144 registros de óvnis de 2021. A novidade, apenas, é que o número é maior: “mais de 400 casos” de fenômenos aéreos ainda sem explicação passaram a fazer parte dessa lista.

Essa foi a primeira reunião para tratar sobre o tema no Congresso dos EUA em meio século. A última aconteceu em 1966, quando o então deputado republicano Gerald Ford —político que viria a ser presidente do país— convocou duas audiências depois que mais de 40 pessoas teria visto óvnis no estado de Michigan.

Três anos depois, a Força Aérea não conseguiu confirmar qualquer objeto voador. Para entender o que está rolando agora, Tilt responde cinco perguntas para você ficar por dentro do assunto.

1. Por que o assunto voltou?

A audiência foi impulsionada por um relatório divulgado em 2021 pelo Pentágono. Na ocasião, a Defesa dos EUA entendeu que fenômenos não identificados poderiam ser uma ameaça à segurança dos voos. O órgão reconheceu que eles poderiam ser óvnis. Contudo, não deu mais explicações.

O Pentágono deixou de informar, por exemplo, se havia risco para a segurança do país. Os congressistas então decidiram retomar as discussões sobre o tema.

Dias antes da audiência de terça, André Carson, deputado republicano de Indiana, disse que o parlamento norte-americano precisava debater o “risco de segurança nacional” que os fenômenos representam. “Os americanos precisam saber mais sobre essas ocorrências inexplicáveis”, publicou em suas redes sociais.

2. Quais dados foram apresentados na audiência?

Os 400 registros de incidentes que podem envolver óvnis referem-se aos últimos 20 anos, entre 2004 e 2021. Até o ano passado, esse dado era de 144.

Para o vice-diretor de inteligência naval dos Estados Unidos, Scott Bray, esse aumento pode ser resultado do uso de relatos de civis nas análises — e não só de militares.

As pessoas tomaram coragem de relatar os óvnis, mesmo que tenham visto o fenômeno em anos anteriores, segundo Bray.

“Desde o começo dos anos 2000, temos observado um número crescente de objetos não autorizados ou não identificados”, afirmou.

3. Categoria de óvnis

Durante a audiência, as autoridades mostraram possíveis categorias de óvnis. Essa classificação serve como norte para investigar o que pode ser determinado registro.

Assim, a categorização está dividida em:

  • Desordem no ar: podendo ser pássaros ou balões;
  • Fenômenos naturais: flutuações atmosféricas;
  • Desenvolvimento da indústria: aviões ou drone;
  • Dispositivos estrangeiros: aeronaves ou dispositivos de outra nação;
  • Outro: objetos que não têm explicação.

É a última categoria que chama a atenção, pois são fenômenos que a ciência ainda não consegue explicar, e que não tiveram números informados de maneira pública.

Apesar do mistério, Scott Bray garante que a maioria dos registros está nas categorias das que possuem alguma explicação científica.

“Há um pequeno punhado de eventos em que há características de voo que não podemos explicar com os dados que temos disponíveis. Esses são obviamente os que mais nos interessam”, disse na audiência, segundo a TV norte-americana ABC News.

4. Há algum risco?

Na audiência pública, o diretor de inteligência considerou que, mesmo o Pentágono tendo registrado 11 “quase acidentes” com aeronaves da Força Aérea dos EUA durante o aparecimento dos óvnis, ainda é incerto afirmar se os fenômenos representam algum perigo.

Por outro lado, tanto políticos democratas quanto republicanos convergiram que a não explicação para determinados fenômenos podem gerar preocupações à segurança nacional.

De acordo com a ABC News, foi levantada durante a reunião a hipótese de que alguns óvnis poderiam ser, inclusive, algum tipo de tecnologia chinesa ou russa ainda não catalogada pelos Estados Unidos, o que aumenta o temor sobre a segurança.

Rick Crawford, deputado republicano do Arkansas, disse que isso é “uma falha de inteligência que certamente queremos evitar”, informou à BBC. “Não se trata de encontrar naves alienígenas”, acrescentou.

Scott Bray diz que os EUA “não estão cientes” de quaisquer potenciais adversários com tais tecnologias.

Scott Bray, vice-diretor de Inteligência Naval dos EUA, fala ao Congresso norte-americano - JOEY ROULETTE/Reuters - JOEY ROULETTE/Reuters

Scott Bray, vice-diretor de Inteligência Naval dos EUA, fala ao Congresso norte-americano

Imagem: JOEY ROULETTE/Reuters

5. Militares citam extraterrestres?

No documento apresentado ao Congresso, os militares do Pentágono não citam “alienígenas” ou “extraterrestres”, mesmo nos eventos que não possuem explicações científicas.

O departamento informou ainda que nenhuma aeronave da Força Aérea fez contato com qualquer registro de óvni porque todos os fenômenos pareciam não ser tripulados, o que deixa o assunto cercado de mistérios.

“Não posso apontar algo que definitivamente não foi feito pelo homem, mas posso apontar vários exemplos que permanecem sem solução”, disse Bray, em referência a um vídeo gravado por um piloto da Marinha que registrou um objeto até hoje não identificado sobre a água do Pacífico.



Source link

Se inscreva na nossa Newsletter

Veja Mais

Sem categoria

Entrevista com Sérgio Buniac, presidente global da Motorola

Tilt: Como vocês têm lidado com as concorrentes chinesas? Chega a ser um problema ou passa longe de ser uma preocupação? SB: Podemos competir com qualquer fabricante de qualquer região. Não é fácil, mas somos competitivos – não custa lembrar que somos chineses também [a chinesa Lenovo é dona da Motorola Mobility]. Sobre ser uma

Sem categoria

5G pode atrasar em até 60 dias em 15 capitais brasileiras

O Grupo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que acompanha a limpeza das faixas para ativação do 5G propôs, nesta sexta-feira, 12, mais 60 dias de prazo para que a tecnologia comece a rodar em 15 capitais brasileiras, a maioria delas localizada nas regiões Norte e Nordeste. O conselho diretor da Anatel ainda precisará aprovar