O bilionário sul-africano Elon Musk, CEO da Tesla, voltou a dizer, hoje, que seu acordo de compra do Twitter não pode avançar, a menos que ele receba garantias de que menos de 5% das contas na plataforma são falsas.
“Ontem, o CEO do Twitter se recusou publicamente a mostrar provas de <5%”, tuitou Musk, que tem quase 94 milhões de seguidores na rede social, sobre sua exigência para confirmar se menos de 5% das contas são falsas.
“O acordo não pode avançar até que ele faça isto”, completou.
20% fake/spam accounts, while 4 times what Twitter claims, could be *much* higher.
My offer was based on Twitter’s SEC filings being accurate.
Yesterday, Twitter’s CEO publicly refused to show proof of <5%.
This deal cannot move forward until he does.
— Elon Musk (@elonmusk) May 17, 2022
Na última sexta-feira (13), Musk anunciou que o acordo de compra do Twitter estava temporariamente suspenso porque ele aguarda mais detalhes a respeito de contas falsas existentes na plataforma.
O CEO da SpaceX e da Tesla é atualmente a pessoa mais rica do planeta, segundo a revista Forbes, com uma fortuna avaliada em US$ 230 bilhões.
O anúncio de sua intenção de comprar a rede social foi feito em abril, mas a oferta de US$ 44 bilhões está suspensa até que uma solução seja apresentada sobre o número de contas falsas, conhecidas como “bots”.
O CEO do Twitter, Parag Agrawal, afirma que a plataforma suspende mais de meio milhão de contas que parecem falsas a cada dia, geralmente antes mesmo de serem vistas, e bloqueia milhões por semana que não passam nas verificações para garantir que sejam controladas por humanos e não por um software.
Ontem o empresário sul-africano respondeu Agrawal com ironia, em uma conversa sobre a identificação de contas spam. Em resposta ao CEO da rede social, que explicou sobre o método utilizado pela plataforma para identificar as contas falsas, Musk publicou um emoji de cocô.
Musk demonstrou incômodo quando o presidente-executivo revelou não poder expor uma estimativa de quantas contas spam existem na plataforma, já que identificação usa de informações privadas.
“Infelizmente, não acreditamos que essa estimativa específica possa ser divulgada externamente, dada a necessidade crítica de usar informações públicas e privadas (que não podemos compartilhar)”, explicou Agrawal.
Na opinião do empresário fundador da Tesla, o fato de que uma informação desse calibre não esteja disponível para anunciantes e investidores é prejudicial, já que não há como eles saberem “o que estão recebendo pelo seu dinheiro”.
“Então, como os anunciantes sabem o que estão recebendo pelo seu dinheiro? Isso é fundamental para a saúde financeira do Twitter”, publicou Elon Musk.
O presidente-executivo do Twitter tentou esclarecer que cada revisão dos perfis é baseada nas regras da plataforma, usando dados públicos e privados para identificar se uma conta é falsa. Essas informações privadas podem incluir números de telefone. Musk ironizou: “Você já tentou ligar para eles?”.
Na última sexta (13), o dono da Tesla revelou nas redes sociais que o Twitter utiliza uma amostra de 100 seguidores para calcular a filtragem de contas de bots —após ser questionado por um usuário. Ele afirmou que estava esperando dados sobre o número total de contas spam na plataforma.
No entanto, um dia depois, o empresário publicou que o Twitter o acusou de violar um acordo de confidencialidade ao anunciar que esse era o tamanho da amostra, o que gerou o debate com Parag Agrawal.
* Com AFP