Acabamos de passar por uma sexta-feira 13. Não sou supersticioso, nem tenho más lembranças dos filmes, porque eu não assistia. Mas lembro que antigamente as sextas-feiras 13 chegavam a dar medo em quem trabalhava com computadores.
Na década de 90, os vírus de computador eram mais agressivos com as máquinas. Eles se espalhavam estragando arquivos, corrompendo sistemas, deixando um rastro visível da sua presença. Havia um quê de diversão e sadismo por parte de quem escrevia os vírus.
No meio dessa “diversão”, algumas datas especiais eram escolhidas para que os vírus se manifestassem e causassem o seu estrago. Uma pessoa poderia ser contaminada pelo vírus a qualquer momento, mas ele aguardava o dia certo para agir.
Com o passar do tempo, os vírus foram ficando mais “amenos”, causando menos estragos aparentes e, com isso, passaram a ser menos citados.
Os criadores de pragas virtuais perceberam que quanto menos estragos o vírus causa, mais tempo ele pode ficar dentro do hospedeiro fazendo o que quiser. O curioso é que se assemelha um pouco com a evolução de vírus reais.
Hoje em dia, o foco de vírus, ataques e malwares em geral está no roubo de informações para, de alguma forma, ganhar dinheiro com isso. Podem interceptar dados bancários, dados sigilosos de empresas ou ainda os mais agressivos que são conhecidos como sequestro de dados (ou ransomware).
Enquanto os vírus evoluíram, os sistemas também evoluíram e passaram a colocar camadas e camadas de segurança. Para acessar o banco a partir de um computador era necessário instalar softwares adicionais, usar teclados de senhas com o mouse, confirmações e confirmações. Algumas pessoas se acostumaram até bem, outras odiavam internet banking (dependendo do banco, com muita razão).
Mas a nossa vida mudou por completo com o uso dos smartphones. Hoje temos tudo à nossa mão. Temos bancos, fotos de famílias, acesso aos softwares que usamos nas empresas, nossas planilhas com dados financeiros, nosso acompanhamento cardíaco, sem contar todas as nossas conversas sigilosas ou não, tudo em um pequeno aparelho que está sempre conosco, ou na mão ou no bolso.
Faça um exercício mental rápido: caso seu celular pifasse nesse exato minuto com você fora de casa (ou da empresa), o quanto do seu dia seria prejudicado? Você conseguiria fazer os pagamentos? Conseguiria chamar um carro para te buscar? Lembraria o telefone das pessoas próximas para ligar para alguém? Saberia os próximos compromissos do dia?
Quanto tempo você levaria para conseguir um novo aparelho, instalar e configurar todos os aplicativos novamente? Perderia um dia de trabalho com isso, talvez? E seus arquivos importantes e suas fotos, você teria um backup ou simplesmente os perderia?
A facilidade de ter a vida toda disponível em nossas mãos pode nos levar a um grande transtorno caso a nossa dependência disso também seja muito grande.
Mas estou aqui levantando apenas a possibilidade do celular parar de funcionar. Que tal a gente piorar esse cenário?
Semana passada, passeou pelas redes o relato de uma pessoa que teve o seu celular roubado enquanto estava usando. De posse de um celular que estava com a tela desbloqueada, o assaltante “fez a festa” com tudo o que ele teve acesso.
Antes de continuar, não confirmei se a história é real ou não. Mas, infelizmente, é uma história muito possível de acontecer, porque não nos preocupamos tanto com a segurança da informação e, muitas vezes, algumas camadas de proteção são apenas um “teatro de segurança”, algo que nos faz sentir seguro, mas que um pedido de recuperação de senha já envia para o celular furtado um código para desbloquear os aplicativos.
Voltando para a história, trazendo apenas alguns pontos, a pessoa relatou que o assaltante teve acesso a dois aplicativos de banco diferentes, conseguiu fazer transferências e solicitar empréstimos. Ainda, disse que não estava conseguindo resolver a situação com os bancos, nem provar que não tinha feito aquelas operações.
Sem contar que a pessoa ainda estava de posse dos aplicativos de mensagens, podendo entrar em contato com todos os conhecidos para tentar aqueles conhecidos golpes.
Sendo real ou não a situação, o quanto você se preocupa com a segurança das suas informações? Você personaliza as configurações de segurança de seu aparelho para dificultar o acesso indevido? Você usa verificações e senhas difíceis de serem burladas?
Passe um tempinho checando seus aplicativos, conferindo as configurações de segurança e faça backups periodicamente. Se puder automatizar, melhor.
Boa semana pra todo mundo!