Telescópio James Webb revela primeira imagem do universo profundo


O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, antecipou hoje (11), em uma transmissão ao vivo direto da Casa Branca, a divulgação da primeira imagem pelo telescópio espacial James Webb.

Revelado nos canais oficiais da Nasa, as imagens mostram, pela primeira vez, o agrupamento de galáxias SMACS 0723, que distorce a luz de objetos por trás delas, permitindo uma visão profunda de galáxias extremamente distantes e fracas.

O registro exibido é a captação em infravermelho mais fidedigna de objetos espaciais que se têm notícia até o momento. O “campo profundo”, como foi chamado pela agência, foi captado pela câmera NIR (quase infravermelha, em tradução livre) após 12,5 horas de exposição ininterrupta.

Durante a apresentação, os cientistas informaram que diferentes emissões de luz permitirão identificar novos planetas no qual há condições para a formação de vida.

Imagem mais distante e profunda já feita do Universo, capturada pelo telescópio James Webb - Divulgação/NASA, ESA, CSA e STScI - Divulgação/NASA, ESA, CSA e STScI
Imagem: Divulgação/NASA, ESA, CSA e STScI

A ocasião não substitui o evento principal da Nasa, marcado para amanhã (12), às 11h30 (horário de Brasília).

Na última sexta-feira (08), amostras das imagens do James Webb foram reveladas a público, obtidas durante a calibragem dos sensores do telescópio espacial que aconteceu em maio deste ano. A agência apontou que a prévia já era uma das imagens mais precisas do Universo que se tem notícia.

“A liberação das primeiras imagens coloridas do James Webb oferecerá um momento único para pararmos e nos maravilharmos com uma visão que a humanidade nunca viu antes”, disse Eric Smith, cientista do programa James Webb, em comunicado anterior da agência espacial.

Apesar da precisão, este não é o principal objetivo do observador. O James Webb é uma colaboração da Nasa com a ESA (Agência Espacial Europeia) e a CSA (Agência Espacial Canadense) para avançar descobertas científicas no campo da astronomia.

Lançado no final de dezembro do ano passado, o telescópio esteve em desenvolvimento por 30 anos e um custo avaliado em US$ 10 bilhões. A expectativa dos pesquisadores é de que o telescópio permita desvendar a formação das primeiras galáxias e dar pistas sobre possíveis origens da vida.

Apesar de estar no espaço há pouco mais de seis meses, James Webb só pode iniciar as observações após se estabilizar no ponto Lagrange L2 (a 1,5 milhão de km da Terra), para ter menor influência da órbita terrestre.

O que vem amanhã

Além do cluster de galáxias já revelado, mais imagens devem ser reveladas nesta terça-feira. Uma delas, por exemplo é o espectro do exoplaneta (planeta que fica fora do sistema solar) WASP-96 B. Esta foto permitirá que cientistas meçam a luz emitida em determinados comprimentos de onda, para dar uma noção da composição química e formação do local.

Ao todo, o telescópio James Webb apontou para cinco alvos neste primeiro momento, todos com imagens captadas semanas atrás:

  • Carina nebula: uma das nebulosas (nuvens de poeira espacial onde estrelas são formadas) mais brilhantes do céu. Nesta nebulosa ficam estrelas várias vezes maior que o Sol;
  • WASP-96B (espectro): um exoplaneta composto de gás e que fica a 1.150 anos-luz da Terra;
  • Nebulosa de Anel do Sul: uma nebulosa planetária, uma nebulosa de nuvem de gás, que fica ao redor de uma estrela morta. Ela fica a uma distância de 2.000 anos-luz da Terra;
  • Quinto de Stephan: grupo de cinco galáxias que fica na constelação de Pegasus, a cerca de 290 milhões anos-luz da Terra;

(*) Com informações da matéria de Guilherme Tagiarioli



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