BENGALURU, Índia (Reuters) – A saída de Sheryl Sandberg da Meta ocorre em um momento crucial em que a controladora do Facebook está com atenções voltadas ao “metaverso” diante da desaceleração da receita publicitária, embora analistas de Wall Street digam que a saída da executiva da empresa não terá impacto significativo.
Como segunda na hierarquia de comando, embaixo apenas do fundador e presidente-executivo do grupo, Mark Zuckerberg, Sandberg transformou o Facebook de uma startup badalada em um gigante da internet e ajudou a aumentar a receita de anúncios de 272 milhões para mais de 100 bilhões de dólares em seus 14 anos de empresa.
Ela também foi o rosto da empresa ao lidar com reguladores em Washington quando a rede social se envolveu em uma série de controvérsias, incluindo o escândalo de violação de dados que envolveu a empresa britânica Cambridge Analytica.
“A Meta hoje é um negócio mais maduro com processos definidos”, disse Andrew Boone, analista da JMP Securities. “Embora reconheçamos o papel fundamental de Sandberg na construção do negócio de publicidade da Meta, a empresa agora tem a infraestrutura e os processos para enfrentar a maioria das saídas de executivos, incluindo a de Sandberg.”
Formada em Harvard, Sandberg ingressou no Facebook vindo do Google em 2008, depois de ter atuado como chefe de gabinete do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos sob o ex-presidente Bill Clinton.
Javier Olivan, atual diretor de crescimento da Meta, assumirá o cargo de diretor operacional da empresa quando Sandberg deixar o posto.
“Estou mais preocupado com o resultado final do metaverso sobre os lucros nos próximos anos do que com quem está no cargo de diretor de operações”, disse Thomas Hayes, da Great Hill Capital, em Nova York.
O analista Rohit Kulkarni, da MKM Partners, disse que o ex vice primeiro-ministro britânico Nick Clegg, contratado em 2018 pela Meta para administrar a política global da empresa, poderia desempenhar um papel maior ao lidar com os reguladores.
(Por Nivedita Balu)