Por David Shepardson
WASHINGTON (Reuters) – Reguladores de segurança dos Estados Unidos descartaram nesta terça-feira uma proposta de 2019 que permitiria que montadoras oferecessem opções de som para veículos elétricos.
Os veículos elétricos costumam ser mais difíceis de ouvir em velocidades mais baixas do que os de motores a gasolina.
Segundo as regras concluídas pela agência de transporte rodoviário NHTSA, as montadoras devem colocar sons nos veículos híbridos e elétricos para velocidades de até 30 km por hora. A ideia é prevenir lesões de pedestres, ciclistas e pessoas cegas.
A NHTSA, em 2019, propôs permissão para que montadoras instalarem vários sons de alerta a pedestres, selecionáveis pelo motorista, em “carros silenciosos”.
A agência disse nesta terça-feira que a proposta “não está sendo adotada devido à falta de dados de apoio. … A remoção da restrição permitiria que os fabricantes produzissem sons mais ofuscados, que atrairiam poucos donos (de elétricos híbridos)”.
Em velocidades mais altas, o ruído dos pneus, a resistência ao vento e outros fatores eliminam a necessidade de um som de alerta separado, disse a NHTSA.
Em fevereiro, a Tesla fez o recall de 578.607 veículos nos EUA porque os pedestres poderiam não conseguir ouvir os sons de avisos necessários devido à música alta ou outros sons reproduzidos pelo recurso “Boombox”.
A “função Boombox” permite que os sons sejam reproduzidos através de um alto-falante externo enquanto o veículo está em movimento e pode ofuscar os sons necessários do Sistema de Alerta de Pedestres, segundo a Tesla.
A NHTSA projetou que os alertas evitariam 2.400 ferimentos anualmente até 2020 e custariam à indústria automobilística cerca de 40 milhões de dólares por ano, porque as montadoras precisam adicionar um alto-falante externo à prova d’água para cumprir os requisitos. Os benefícios da redução de lesões são estimados em 250 milhões a 320 milhões de dólares por ano.
A agência estima que as chances de um veículo híbrido se envolver em um atropelamento são 19% maiores do que com um veículo movido a gasolina tradicional. No ano passado, o número de pedestres mortos saltou 13%, para 7.342, o mais alto desde 1981. Já os ciclistas mortos subiram 5%, para 985, o maior nível desde pelo menos 1975.
(Por David Shepardson)