Quanto tempo você leva para recarregar o seu celular? Uma hora? Duas horas? O Realme 9 Pro+, pelo menos neste quesito, não está para brincadeira: ele faz de 0 a 100% em pouco menos de 40 minutos (50% da carga ele recupera em 15 minutos).
Com preço na casa dos R$ 3.000, o modelo, lançado no final de março, fica na gama dos celulares intermediários quase top de linha, uma divisão que tem concorrentes como Moto G200 e Galaxy A53.
Além da recarga rápida, o aparelho traz ainda um conjunto de câmeras mais competente (capaz de tirar boas fotos noturnas), conexão 5G e um bom desempenho para jogos. Acompanhe abaixo as minhas impressões após testar o Realme 9 Pro+.
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Pontos Positivos
- Desempenho competente para a maioria das tarefas (redes sociais e tirar fotos)
- Bom conjunto de câmeras
- Carregador mega rápido já incluso
- Acabamento caprichado
Pontos Negativos
- Não é resistente a água
- Tem apenas duas atualizações do Android garantidas, o que diminui a vida útil do telefone comparado com os concorrentes
- Traseira do telefone na cor verde fica cheia de marca de dedos
- Carregador da versão testada emitia barulho
Veredito
Realme 9 Pro+ é um celular intermediário premium com boas adições comparadas ao seu antecessor, como o carregador mais rápido (ele faz de 0 a 100% em 43 minutos). Tem menos câmeras, porém mais competentes, e um visual sofisticado com acabamento em vidro na traseira — sem capinha, fica um monte de marca de dedos. Não é resistente à água, mas Realme optou por entrada de fone de ouvido convencional.
O Realme 9 Pro+ é um sanduíche de vidro, diferente de seu antecessor, que tinha uma traseira de material plástico. Na prática, isso quer dizer que ele é um pouco mais pesado que a versão anterior: 182 gramas x 176 gramas do Realme 8 Pro 5G.
Apesar disso, o smartphone tem um acabamento mais premium. Não só pelo vidro, mas também pela lateral em aço e a cor diferenciada da traseira —no modelo testado, na cor aurora green (verde), o aparelho chama a atenção pelo acabamento Night Shift, que muda de cor quando há incidência de luz solar, deixando a superfície num tom azulado.
Fica bonito, mas fica cheio de marca de dedos —se você odeia essas marcas, a boa notícia é que na caixa vem uma capinha transparente.
Ele tem ainda uma porta USB-C para recarga e entrada clássica de fone de ouvido (de 3,5 mm). Por um lado, isso é bom, pois permite a conexão de fones de ouvido antigos; por outro é ruim, porque em função desse “buraco” ele não é resistente à água a ponto de poder ficar mergulhado por um tempo.
Importante dizer que na caixa vem um carregador de 60W e uma capinha transparente —fone de ouvido é um acessório que não costuma vir em caixas de celulares da Realme.
Telas de celulares de gama intermediária costumam ser ok. É o caso da tela de 6,4 polegadas (16,2 cm) do Realme 9 Pro+ com resolução Full HD (1.080 x 2.400 pixels).
Algo bacana que notei no uso do dia a dia é que foi possível visualizar tranquilamente a tela em dias ensolarados, um problema recorrente em celulares da categoria.
Isso ocorre, provavelmente, pela tela ser Super Amoled e com brilho máximo de 1.000 nits (unidade de medida referente ao brilho). É praticamente a mesma configuração do Realme 8 Pro, mas por algum motivo, colocando os telefones lado a lado, o brilho da tela do Realme 9 Pro+ é superior. Talvez seja um novo fornecedor.
Para quem se interessa por jogos, o Realme 9 Pro+ tem taxa de atualização de 90 Hz, característica faz com que as animações de games fiquem mais fluídas. Em aparelhos mais sofisticados, a taxa de atualização chega a 120 Hz, dando ainda mais realismo aos movimentos.
Uma outra adição do celular testado é o sensor de biometria sob a tela, que está bem mais competente e rápido que do modelo anterior. Mesmo com dedo sujo ou levemente úmido, o celular desbloqueia a tela na hora.
O Realme 9 Pro+ tem menos câmeras que seu antecessor (três sensores contra quatro). No entanto, parece que a marca chinesa quis se concentrar no principal, que capta mais luz, permitindo fotos noturnas de qualidade superior e com menos tempo de processamento.
É comum que celulares de gama intermediária tenham o modo noturno. No entanto, eles demoram muitas vezes alguns segundos para processar a foto.
Com o Realme 9 Pro+, isso leva no máximo 3 segundos para uma foto tirada à noite e que tenha alguma iluminação. O tempo só é superior se a cena tiver pouquíssima claridade.
As imagens tiradas durante o dia ficam bem bonitas, com bastante brilho e definição dos elementos que compõem a cena; as captadas durante a noite, com alguma iluminação, costumam sair de qualidade bem satisfatória — em alguns momentos, por exemplo, o céu fica claro; a imagem não corresponde muito à realidade, mas os outros elementos da foto ficam com boa definição.
Graças ao estabilizador óptico, não é necessário ficar 100% parado parar fazer uma boa foto em ambientes menos iluminados.
Um dos recursos mais legais de fotografia é o que a empresa chama de modo urbano. Com ele, é possível facilmente tirar fotos de longa exposição. Por exemplo: para quando você quiser captar o facho de luz das lanternas numa avenida, há a configuração rastro de neon.
O sistema automaticamente configura o tempo de exposição (o tempo que o telefone ficará captando luz) e aí é só ficar o mais estável possível. Há ainda o modo retrato com rastros de luz, hora do rush e pintura clara (em que dá para a pessoa fazer formas segurando uma fonte de luz).
Ainda no mesmo modo urbano, uma novidade bem-vinda é o controle de foco e zoom da câmera. Ao segurar o disparador e movimentar para cima e para baixo, é realizado zoom para aproximar ou afastar; ao arrastar o disparador para os lados, o foco é definido.
As selfies saem com ótima definição em boas condições de iluminação. À noite, o algoritmo Clear Fusion, da Realme, algumas vezes me deixou um pouco mais claro que o normal, mas de modo geral o resultado é bem satisfatório.
O processador Dimension 920 5G, da Mediatek, dá conta do recado, aliado aos 8 GB de memória RAM (que ajuda no desempenho). Mesmo em games complexos como Asphalt 9 e FreeFire, ele em nenhum momento chegou a esquentar o corpo do telefone ou causar travamentos.
Não chega a ser um telefone gamer, mas o fato de não esquentar durante a jogatina, já o torna uma boa opção para que curte jogos casuais (que não exigem tanto do processador).
O Realme 9 Pro+ não apresentou travamentos ao rodar o Android 12 com a interface RealmeUI 3.0. Outra boa notícia é que o telefone não vem com bloatwares (softwares adicionais incluídos pela fabricante e que são difíceis de desinstalar).
Algo que a Realme poderia melhorar é o tempo de atualização. Enquanto a Samsung promete quatro updates do Android, no Realme 9 Pro+ são apenas duas. Em telefones mais novos, como Realme GT2 Pro, a companhia chinesa promete chegar a até três atualizações do sistema, e quatro updates de segurança.
Essa menor garantia impacta diretamente na vida útil do aparelho. Quando deixa de receber as atualizações, o aparelho fica vulnerável e aplicativos mais recentes tendem a deixar de funcionar.
Algo curioso é que o celular vem com o Labs, uma área de testes de recursos novos. Um deles é justamente a capacidade de medir os batimentos cardíacos pelo sensor de biometria. É uma firula, mas com o tempo a qualidade pode ficar melhor e, talvez, ajudar em situações extremas, como checar se há alguma anormalidade com seus batimentos cardíacos.
A bateria do Realme 9 Pro+ é de mesma capacidade que seu antecessor: 4.500 mAh. Na prática, dá para usá-lo por um dia todo sem grandes preocupações.
Saía de casa com a bateria em 100% às 6h30 e ele só começava a pedir carga ao atingir 20%, o que costumava rolar por volta.
Neste período, usava majoritariamente a conexão móvel, e acessava redes sociais (Twitter, Instagram, WhatsApp e TikTok), além de usar a câmera para tirar algumas fotos.
O destaque, no entanto, fica por conta do carregador de 60W. Apesar de fazer um leve barulho enquanto está ligado à tomada, ele consegue fazer de 0 a 100% em pouco menos de 43 minutos, o que o torna uma das opções mais rápidas do mercado brasileiro.
E não é necessário pagar a mais por ele, como fazem algumas marcas com celulares tops de linha.
O Realme 9 Pro+ é um celular intermediário para quem quer carregamento super-rápido aliado a um bom conjunto de câmera e desempenho.
Ainda nessa divisão, a marca chinesa tem bons competidores, como o Moto G200 e o Galaxy A53.
O primeiro é quase um topo de linha. Ele tem processador Snadragon 888+ do ano passado, que deve ser mais o que suficiente para games sofisticados, além de tela, bateria (5.000 mAh) e armazenamento (256 GB) maiores. Ele tem preço sugerido de R$ 3.150.
Já o modelo da Samsung tem como destaque uma bateria (de 5.000 mAh), múltiplas câmeras (quatro ao todo), é resistente a água, suporte a até quatro atualizações do Android e tem diversas cores. Preço sugerido do Galaxy A53 é de R$ 2.430.
Vira quase uma questão de gosto. O Realme 9 Pro+ fica no meio dos outros dois modelos. O Moto G200 lidera, pelo jeitão mais premium, enquanto o Galaxy A53 tem um design legal, além de prometer dois dias sem o carregador por perto.
Se você curtir a marca Realme, o modelo testado pode ser uma boa escolha.