Por que os planetas sempre têm formato arredondado? – 16/05/2022


Já reparou que a maioria dos objetos descobertos no Universo parece ter o formato de uma esfera? Pense nos planetas, luas e estrelas… Todos são arredondados.

Os planetas são formados por aglomeração de matéria (como gases e poeira) que antes estava espalhada pelo espaço e que, por conta da força da gravidade, é atraída para um centro de gravidade comum.

Quanto maior o objeto, ou seja, quanto mais massa ele tiver, maior será seu campo gravitacional e mais redondo ele tende a ser. Isso ocorre porque todas as partículas são fortemente atraídas pelo núcleo.

A força da gravidade age sobre toda matéria e faz com que essas partículas atraídas acabem colidindo umas com as outras, criando uma massa quente e fluida. Com o passar do tempo, essa massa esfria, formando uma superfície esférica.

A forma perfeita

A esfera é considerada a forma geométrica mais estável que existe na natureza —ela é a única figura onde todos os pontos da superfície estão na mesma distância em relação ao núcleo e se atraem da mesma maneira em todas as direções.

Nos planetas, que possuem massas enormes e força gravitacional muito forte, esse equilíbrio é especialmente importante por que garante que nada que esteja na superfície seja sugado para o centro.

A esfera também é a forma que demanda menos energia das partículas para ser “modelada”. O princípio da “mínima energia” permeia toda a natureza, principalmente os corpos com muita massa, como é o caso dos planetas.

Por outro lado, alguns objetos são tão pequenos, que não possuem campo gravitacional suficiente para aglomerar matéria.

Outra explicação é que muitos corpos menores acabaram por se solidificar antes de adquirir o formato redondo.

Mas a Terra é redonda?

Embora seja comum dizer que a Terra e outros planetas são redondos, isso não é exatamente verdade. Na maioria das vezes, eles são levemente achatados nos polos, o que vai contra a ideia de esfera perfeita.

No caso da Terra, isso acontece por causa do movimento de rotação (que corresponde a volta que o planeta dá em torno de si mesmo).

Imagine que o nosso planeta é uma bola de gelatina. Quando viramos essa bola ao redor de um eixo, à medida que a velocidade aumenta, a bola começa a se achatar e a região equatorial fica com maior volume.

Isso acontece por que o objeto não é absolutamente rígido e perfeito —a Terra tem rochas na superfície que estão constantemente mudando e tem um interior pastoso e quente, ou seja, não parece nada com “uma bola de bilhar”.

Quanto maior a velocidade da rotação, mais achatada a bola maleável ficará.

Especialistas consultados: Jorge Honel, físico da USP; Cláudio Bevilacqua, físico e diretor do Observatório Astronômico da UFRGS; e Rodrigo Nemmen, professor do IAG/USP

*Com texto de Cintia Baio



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