O Brasil está exatamente oposto ao Japão no mapa-múndi?


É verdade que o Brasil está exatamente oposto ao Japão no mapa-múndi? – Pergunta de Bento Toshiro, Pereira Barreto (SP) – quer enviar uma pergunta também? Clique aqui.

É verdade, mas por muito pouco, caro pereira-barretense. São somente três pontos em que o território brasileiro fica exatamente oposto ao território japonês.

Um deles fica no Paraná, na cidade de Honório Serpa a cerca de 850 km de onde perguntas. Se fosse possível cavar um túnel atravessando esta esfera que habitamos, o buraco honório serpense daria em Naha, principal ilha do arquipélago de Okinawa, anexado ao império nipônico em 1879.

Os outros dois pontos “unem” o sul do Brasil ao “sul” do Japão, tchê: as cidades gaúchas de Osório e Tramandaí são diametralmente opostas às ilhas Nakanoshima e Kuchinoshima, respectivamente. As duas ilhas ficam no extremo sul do arquipélago japonês, no território da cidade de Kagoshima.

Já que reviramos o mundo de cabeça para baixo para te responder, caro pereira-barretense, minha vez de fazer uma pergunta: sabes o nome que se dá a esses pontos diametralmente opostos no globo terrestre? Não?

São os antípodas. E, apesar dessa expressão/crença popular de que o Brasil está exatamente oposto ao Japão no mapa-múndi, a raridade desses pontos em comum é reflexo de termos 70% do planeta coberto por água: somente 4% de terra firme tem pontos antipodais em outras porções secas —para dar uma ideia, a Austrália toda não tem nenhum ponto antipodal terrestre.

De resto, 46% dos pontos antipodais são oceânicos e 50% são de pontos marítimos com pontos terrestres.

Dá uma olhada nesse mapa:

mapa-múndi antípodas - Wikipedia/ Creative Commons - Wikipedia/ Creative Commons
Imagem: Wikipedia/ Creative Commons

As áreas em laranja representam os territórios antípodas “secos”. As maiores extensões contínuas deles em terra firme são aqueles em que trechos do Chile e da Argentina dão match com parte do território chinês —cerca de 3,5 milhões de km2 e um pedaço de aproximadamente 2 milhões de km2 da Groenlândia em oposição ao leste da Antártida.

Outros antípodas brasileiros que não dão n’água, segundo a Wikipedia, são:

  • Tangará da Serra (pertinho da minha terra natal, no Mato Grosso), juntamente com Conquista d’Oeste e Vale de São Domingos (MT), opostos a Manila, Filipinas;
  • Altamira (PA), oposta a Davao, Filipinas;
  • Baixa Grande do Ribeiro e Ribeiro Gonçalves (PI) e Loreto, Sambaíba e São Raimundo das Mangabeiras (MA), opostas a Babeldaob, Palau;
  • Barcelos (AM), oposta a Samarinda, Indonésia;
  • Barra do Quaraí (RS), oposta a Zhoushan, China;
  • Boa Vista (RR), oposta a Kajoeberang, Indonésia;
  • Boca do Acre (AM), oposta a Ilha Spratly, Vietnã;
  • Casa Nova e Remanso (BA), opostas a Colonia, Micronésia;
  • Imperatriz (MA), oposta a ilhas Sonsorol, Palau;
  • Plataforma do Urucu, em Coari (AM), oposta a Bandar Seri Begawan, Brunei;
  • Santa Vitória do Palmar (RS), oposta a Jeju-do, Coreia do Sul;
  • -Tapauá (AM), oposta a Kota Kinabalu, Malásia.

E se você quiser consultar o antípoda da sua cidade ou de qualquer outra parte do globo, é só acessar o antipodesmap.com.

Pois é, caro pereira-barretense, depois dessa volta atravessando o mundo —literalmente—, deu vontade de conhecer as Ilhas Antípodas, na Nova Zelândia. Aproveito para deixar o destino como sugestão para a coluna Terra à Vista, do meu caro Felipe Van Deursen, também aqui no UOL.

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