A Nasa planeja uma missão tripulada para a Lua em meados de 2025. Enquanto a agência faz os preparativos para a volta ao nosso satélite natural após 50 anos, o órgão anunciou o desenvolvimento de uma mochila high tech que ajudará os astronautas a criarem um mapa 3D do terreno lunar, para fazer uma leitura do local e facilitar para que eles não se percam.
Chamado de KNaCK (Kinematic Navigation and Cartography Knapsack), ou mochila cinemática de navegação, o acessório tem um sistema de navegação em tempo real, disparando lasers para medir distância e objetos próximos, além de características da superfície.
Com o dispositivo, os astronautas terão uma espécie de mapa 3D da Lua em alta resolução.
“Como seres humanos, costumamos nos orientar baseados em marcos — um prédio ou árvores. Isso não existe na Lua”, disse Michael Zanetti, cientista planetário da Nasa, em comunicado no site da agência espacial.
“Então, [a mochila] KNaCK vai ajudar os exploradores a caminharem pela superfície lunar para determinar seus movimentos, direções, orientações e distância de sua base de operação. Eles podem, inclusive, marcar locais em específico onde eles acharem minerais únicos ou formações rochosas, de modo que outros possam estudá-los posteriormente”.
De acordo com Zanetti, a mochila faz um mapa topográfico preciso da paisagem, incluindo barrancos, montanhas e cavernas. Como alguns iPhones, a mochila contará com sensores lidar. Eles emitem pulsos de laser para auxiliar na obtenção de informações do local em volta do usuário — carros com direção semiautônoma costumam também ter com este tipo de sensor.
Ter detalhes de distância num local como a Lua é fundamental. Como os astronautas terão estoques limitados de oxigênio, saber o tempo de trajeto é fundamental para o sucesso das missões.
No momento, a mochila é ainda um “trambolho” de 18 kg. A Nasa espera miniaturizá-la até 2025 para torná-la mais portátil para os astronautas. Por enquanto, o próprio Zanetti tem feito testes em montanhas na Terra para fazer análises topográficas.
Num segundo momento, a agência pretende incluir os mesmos sensores da mochila em rovers (jipes). Como GPS (sistema de posicionamento global) não funciona em nosso satélite natural — a localização dos apps e aparelhos que usamos dependem de satélites que ficam na órbita da Terra —, este equipamento pode funcionar quase como um “Waze lunar”.