‘Lua de Sangue’ no Brasil: veja como acompanhar raro eclipse deste domingo – 14/05/2022


O primeiro eclipse lunar do ano acontece neste final de semana. E temos dois motivos para comemorar: ele será do tipo total, o mais belo; e o Brasil estará privilegiado, bem no centro da zona de observação.

Na noite de domingo (15) para segunda-feira (16), o fenômeno ficará visível em toda a América do Sul e Central, além da porção leste da América do Norte e na Antártica.

Os melhores horários para visualizá-lo do Brasil envolvem o período em que o fenômeno está na fase total: entre 00h30 (horário de Brasília) e 1h50, com a Lua ganhando uma coloração bem avermelhada. Por isso recebe o nome de “Lua de Sangue”. O pico será alcançado por volta de 1h10.

eclipse - Time and Date - Time and Date
Imagem: Time and Date

Um eclipse lunar acontece quando Lua, Terra e Sol estão alinhados, nesta ordem. Naturalmente, é uma noite comum de Lua cheia. De tempos em tempos, porém, nosso satélite se posiciona na área da sombra da Terra —devido ao ângulo de sua órbita, que não é um círculo perfeito e nem centralizado.

É aí temos um eclipse, que pode ser total, parcial (parte da Lua encoberta) ou penumbral (apenas uma sombra que diminui o brilho do satélite).

O fenômeno completo de agora vai durar mais de cinco horas, das 22h30 do domingo até as 3h50 de segunda-feira.

Se o céu estiver limpo, teremos uma chance rara de acompanhar todas as fases da Lua sendo encoberta pela sombra do nosso planeta, escurecendo, ficando vermelha e, depois, voltando ao brilho habitual.

Confira o cronograma:

  • 22h32: eclipse penumbral –a sombra da Terra começa a tocar a face da Lua
  • 23h27: eclipse parcial — a Lua vai ficando avermelhada
  • 00h29: início do eclipse total — Lua fica bem vermelha
  • 1h11: eclipse máximo — a Lua está bem no centro da sombra da Terra
  • 1h53: fim do eclipse total
  • 2h55: fim do eclipse parcial
  • 3h50: fim do eclipse penumbral

No vídeo abaixo, de um eclipse anterior, dá para ver o processo:

Por que a Lua fica vermelha?

Um eclipse desse tipo acontece quando a Terra impede que a luz chegue diretamente até nosso satélite (que não tem brilho próprio).

A Lua fica vermelha e não “preta” devido ao efeito óptico conhecido como dispersão de Rayleigh, quando a luz solar é refratada e dispersada pela atmosfera terrestre — o mesmo que dá o colorido ao nascer e pôr do Sol e que faz o céu ser azul durante o dia. Assim, a luz indireta que chega na Lua estará filtrada por esse mecanismo.

Se testemunhássemos um eclipse a partir da Lua, veríamos a Terra ocultando totalmente o Sol, deixando escapar a coroa solar com seus raios brilhantes, e um anel ao redor do planeta —justamente a luz solar refletida em nossa atmosfera pela Dispersão de Rayleigh

Diferentemente de um eclipse solar, que pode ser visto apenas em zonas específicas do globo, os lunares são visíveis —ao menos parcialmente— em todo o lado “noite” da Terra naquele momento.

Como observar?

Não é preciso qualquer proteção ou instrumento especial para observar. Basta olhar diretamente para a Lua.

Encontrar a Lua cheia (um eclipse sempre acontece nesta fase) não será difícil: ela nasce por volta de 17h15, a leste. Na hora do eclipse, estará bem no alto do céu.

O fenômeno será visível de qualquer ponto do território brasileiro. Com uma câmera fotográfica com lente zoom, é possível obter registros incríveis, como este:

Alguns canais do YouTube transmitirão o eclipse lunar em tempo real, como o da Nasa, do Observatório Nacional e do Observatório Astronômico Rei do Universo (OARU).

Há um segundo eclipse total da Lua em 2022, no dia 7 de novembro, mas será apenas muito levemente observável no Brasil, no finalzinho da fase penumbral.

Astrônomos estimam que cerca de um terço dos eclipses da lua sejam totais. De um mesmo país, é possível ver um eclipse lunar total aproximadamente a cada 2,5 anos. Só se repetirá no Brasil em 2025 – mas não será contemplada a totalidade de nosso território, como neste.

O fenômeno do final de semana é realmente raro. Aproveite.



Source link

Se inscreva na nossa Newsletter

Veja Mais

Sem categoria

Entrevista com Sérgio Buniac, presidente global da Motorola

Tilt: Como vocês têm lidado com as concorrentes chinesas? Chega a ser um problema ou passa longe de ser uma preocupação? SB: Podemos competir com qualquer fabricante de qualquer região. Não é fácil, mas somos competitivos – não custa lembrar que somos chineses também [a chinesa Lenovo é dona da Motorola Mobility]. Sobre ser uma

Sem categoria

5G pode atrasar em até 60 dias em 15 capitais brasileiras

O Grupo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que acompanha a limpeza das faixas para ativação do 5G propôs, nesta sexta-feira, 12, mais 60 dias de prazo para que a tecnologia comece a rodar em 15 capitais brasileiras, a maioria delas localizada nas regiões Norte e Nordeste. O conselho diretor da Anatel ainda precisará aprovar