Imagem mais nítida já feita pelo James Webb é revelada; veja


A Nasa apresentou nesta semana as primeiras imagens de uma galáxia vizinha feitas pelo seu novo supertelescópio James Webb, construído a um valor de US$ 10 bilhões (aproximadamente R$ 51 bilhões) e lançado ao espaço no Natal do ano passado.

As imagens foram registradas pelo novo equipamento ainda em fase de testes e retratam a Grande Nuvem de Magalhães, um sistema próximo da Via Láctea e vinte vezes menor que a nossa galáxia.

Por que a imagem impressiona?

O registro da Grande Nuvem de Magalhães, em comparação com uma imagem anterior do telescópio Spitzer, faz o antigo retrato parecer um borrão.

O astrônomo Andre Gaspar publicou a comparação entre as capturas por telescópios diferentes:

As imagens da comparação foram todas capturadas com câmeras infravermelhas e mostram a evolução deste tipo de tecnologia ao longo das últimas décadas — o Spitzer foi lançado ao espaço em 2003.

A imagem feita pelo James Webb mostra gás interestelar ao redor do campo de estrelas, enquanto no registro do Spitzer fica difícil distinguir a olho nu o que há além dos pontos luminosos.

“Esse é um bom exemplo científico do que o Webb poderá fazer por nós nos próximos anos”, explicou Christopher Evans, cientista do projeto Webb da Agência Espacial Europeia, em entrevista coletiva.

Ele ressaltou que o telescópio Spitzer era bastante útil para identificar objetos maiores como a Grande Nuvem de Magalhães, mas que suas imagens tinham resolução limitada. Já o Webb, segundo ele, é mais poderoso.

“O novo telescópio vai nos dar uma nova visão incrível dos processos em uma galáxia diferente pela primeira vez, através da poeira”, celebrou Evans.

O James Webb é equipado com uma tecnologia chamada de Nirspec (Espectrógrafo de Infravermelho). Ela consegue observar 100 pontos do espaço de uma única vez. Para se ter uma ideia, observatórios tradicionais só conseguem observar um ponto durante seu uso.

Fase de testes

As imagens captadas pelo James Webb foram feitas em uma fase de testes chamada “comissionamento”. Ela dura dois meses e serve para testar e preparar todos os instrumentos científicos do equipamento.

Somente quando essa fase acabar é que os cientistas poderão, de fato, utilizar o telescópio para fazer suas pesquisas astronômicas.

James Webb está no espaço desde o fim de 2021 - Nasa - Nasa

James Webb está no espaço desde o fim de 2021

Imagem: Nasa

O telescópio se encontra hoje a 1 milhão de quilômetros do planeta Terra, em uma área conhecida como L2, um ponto de observação ideal de onde conseguirá fazer registros de objetos mais distantes e de forma mais precisa do que o melhor telescópio já lançado até hoje, o Hubble.

Quando finalmente puder ser utilizado para as primeiras pesquisas, o telescópio irá produzir imagens vibrantes, com excelente resolução e em cores visíveis. O equipamento captura as imagens em infravermelho, mas as traduz para espectros de luz que conseguimos observar a olho nu.

O James Webb foi projetado para funcionar a pleno vapor por pelo menos cinco anos. Contudo, por conta do seu lançamento perfeito e bom funcionamento dos equipamentos até agora, espera-se que ele tenha combustível suficiente para permanecer na atual localização de observação por mais de 20 anos.

Imagens do lançamento do telescópio James Webb



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