A Nasa encontrou um objeto que destoa da paisagem de Marte: um pedaço brilhante de um material que parece papel alumínio. Preso entre as rochas da Cratera Jezero, ele é provavelmente um lixo espacial gerado pela própria agência espacial dos Estados Unidos.
A imagem foi registrada na segunda-feira (13), pelo robô Perseverance, que explora o planeta vermelho desde fevereiro do ano passado. Ao que tudo indica, o objeto é justamente um material de descarte de seu pouso.
“Minha equipe detectou algo inesperado”, disse o rover em sua conta no Twitter. “É um pedaço de manta térmica que eles acreditam que tenha vindo do meu estágio de descida, o propulsor movido a foguete que me colocou aqui no dia do pouso em 2021.”
That shiny bit of foil is part of a thermal blanket – a material used to control temperatures. It’s a surprise finding this here: My descent stage crashed about 2 km away. Did this piece land here after that, or was it blown here by the wind? pic.twitter.com/uVx3VdYfi8
— NASA’s Perseverance Mars Rover (@NASAPersevere) June 15, 2022
A manta térmica é um material usado para controlar as extremas temperaturas às quais a nave é submetida — pelo atrito com o ar, durante a descida em altíssima velocidade —, protegendo os instrumentos.
“É uma surpresa encontrar isso aqui: meu estágio de descida caiu a cerca de 2 km de distância. Será que este pedaço pousou aqui logo depois disso, ou foi carregado pelo vento?”, questionou.
O Perseverance está em busca de sinais de vida em Marte, mesmo que apenas atividade microbiana antiga. A Cratera Jezero, que no passado abrigou um lago e o delta de um rio, é o local com mais chances de guardá-las.
Esta semana, de alguma forma, o rover encontrou sinais —mas não exatamente da vida que esperava.
Lixo espacial
Achar traços de equipamentos humanos no planeta vermelho não é exatamente uma surpresa, já que diversas missões pousaram lá desde 1975.
Contudo, essa poluição espacial preocupa cientistas. Há outros destroços do próprio Perseverance espalhados, como o paraquedas e o escudo térmico usados no pouso.
A Lua também tem lixo deixado para trás durante as missões Apollo, como botas, pás e até veículos inteiros.
Em março deste ano, um pedaço de propulsor de foguete — com três tolenadas — atingiu a Lua, marcando a primeira colisão lunar não intencional registrada envolvendo restos de uma aeronave.
Assim como a terrestre, poluição espacial já é uma preocupação. Na nova era da exploração do Universo, lixos espaciais são cada vez mais constantes.
E já provaram ser ameaças para astronautas na Estação Espacial, para satélites na órbita da Terra e até para pessoas em solo. A comunidade científica está de olho em como a exploração espacial irá evoluir nos próximos anos.
*Com informações de Futurism e Space