A cirurgia aconteceu no Hospital La Fe, na cidade de Valência, no leste do país ibérico, em janeiro deste ano. Segundo disse à Agência Efe Gabriel Sales, chefe do serviço de Cirurgia Toráxica e Transplante Pulmonar da unidade de saúde, a criança “está muito bem e quase pronta pra ir para casa”.
Tratou-se do primeiro transplante bipulmonar com uma técnica de filtragem plasmática com absorção imunológica, um procedimento que permite utilizar pulmões incompatíveis e tornar possível a operação.
Segundo Sales, a recuperação do bebê foi “um desafio” em todos os sentidos e também “longa” por causa de um problema surgido, que não teve relação com o transplante e que está “em vias de ser resolvido”.
O médico explicou que a criança chegou ao hospital com um vírus respiratório que fez piorar a doença que ela sofria, uma hipertensão pulmonar, por causa disso, precisou ser internada na UTI do hospital.
Após detectar uma falha pulmonar global, com uma hipertensão pulmonar que deteriorava o coração e que impossibilitava a ventilação, foi preciso sedar o bebê e administrar uma assistência circulatória extracorporal artificial.
Depois dos exames pertinentes, a equipe médica determinou que a única solução era um transplante.
“Encontrar um órgão compatível poderia nos atrasar no processo de encontrar um doador”.
Embora o grupo sanguíneo do doador não fosse o mesmo que o do bebê, “tivemos certeza, porque é um tempo vital, e todo dia, o paciente pode apresentar uma complicação”, segundo explicou Sales.
“Pudemos reduzir esse tempo de espera com o procedimento que utilizamos, que nos permitiu utilizar pulmões incompatíveis e tornar possível o transplante”, apontou o especialista.
Até hoje, para poder utilizar os órgãos sem compatibilidade, era preciso fazer “uma troca de todo o plasma sanguíneo, o que gera algumas complicações a mais no próprio transplante”.
O Hospital La Fe é o que mais que mais realizou transplantes de órgãos na Espanha em 2022, totalizando 323. Destes, 117 foram hepáticos.
Além disso, foi o segundo do país com maior número de transplantes pulmonares, com 55. EFE