Uma forte tempestade solar deve atingir a Terra nesta terça-feira (19), podendo causar interferências em sinais de GPS e de rádio, satélites, e até na rede de energia elétrica. A Nasa prevê que um impacto direto aconteça no início do dia. Outros modelos matemáticos, porém, estendem esse prazo até quinta (21).
Na última sexta-feira (15), o Sol ejetou um longo e instável filamento de plasma, que está “dançando” lentamente na direção do nosso planeta, como uma cobra em movimento. Veja o momento da erupção, também chamada de “flare”, registrado pelo Observatório Solar Dynamics:
The long snake-like filament cartwheeled its way off the #Sun in a stunning ballet. The magnetic orientation of this Earth-directed #solarstorm is going to tough to predict. G2-level (possibly G3) conditions may occur if the magnetic field of this storm is oriented southward! pic.twitter.com/SNAZGMmqzi
— Dr. Tamitha Skov (@TamithaSkov) July 16, 2022
Ele deve nos atingir em cheio, mas é difícil prever sua força e orientação magnética. Espera-se um evento de nível G2 (moderado) a G3 (forte). Se for nesse último nível, pode causar:
- Danos a satélites na órbita da Terra
- Flutuações nas redes elétricas
- Interrupções no sistema de GPS
- Interferências nos sinais de rádio
- Alarmes falsos em dispositivos de segurança
- Auroras intensas e em uma faixa mais larga do globo
Fora estes pequenos transtornos em nossos sistemas de comunicação e energia, não há qualquer risco de impactos catastróficos para o planeta.
Por que ocorre?
Ejeções de massa coronal (CMEs) são ocorrências bastante comuns no Sol. Mas apenas algumas delas se dirigem diretamente à Terra. Essas nuvens de partículas carregadas do Sol interagem no campo magnético que existe na Terra, causando alterações.
Sua velocidade também varia muito; as mais rápidas chegam aqui em 15 horas, outras levam dias. Mas nem sentimos os efeitos da maior parte delas.
A consequência mais bela costuma estar no céu. Uma CME costuma causar auroras boreais e austrais muito intensas, visíveis em latitudes mais baixas que o normal, como o norte dos Estados Unidos, a Nova Zelândia, e o sul da Argentina e do Chile.
Quando suas partículas eletricamente carregadas atingem o campo magnético terrestre, elas podem descer pelo polo Norte e Sul, interagindo com os gases da atmosfera. Isso libera energia em forma de fótons (partículas que compõe a luz), que criam as cores e formas dançantes no céu, que chamamos de “auroras”.
Atualmente, o Sol atravessa um período de atividade elevada, que explica a maior ocorrência de auroras, tempestades geomagnéticas e outros fenômenos recentes. Em março desde ano, foram dois eventos moderados.
Os chamados “ciclos solares” duram cerca de 11 anos, alternando calmaria e atividade. Este é o ciclo 25 — ou seja, o vigésimo quinto desde que as observações formais foram iniciadas, em 1755. O número de manchas solares também segue aumentando, e deve atingir um pico em 2025.
* Com informações de Newsweek e Spaceweather