WASHINGTON (Reuters) – O Google ofereceu concessões para evitar um possível processo antitruste nos Estados Unidos que afirma que a empresa abusa de sua influência no negócio de tecnologia de publicidade, publicou o Wall Street Journal nesta sexta-feira, citando pessoas familiarizadas com o assunto.
O Google propôs a cisão de parte de seus negócios que arrematam e colocam anúncios em sites e aplicativos em uma empresa separada sob controle da Alphabet e que pode ser avaliada em dezenas de bilhões de dólares, acrescentou a reportagem.
A Alphabet, em comunicado à Reuters, disse que está se envolvendo com reguladores para resolver suas preocupações, acrescentando que não tem planos de vender ou sair do negócio de tecnologia de publicidade.
“Estamos profundamente comprometidos em fornecer valor a uma ampla gama de parceiros de editores e anunciantes em um setor altamente competitivo”, disse a controladora do Google.
Uma porta-voz do Departamento de Justiça recusou-se a comentar o assunto.
Brandon Kressin, advogado antitruste que representa empresas de mídia no espaço de tecnologia de anúncios, parecia cético de que a oferta será suficiente. “Não vejo como desmembrar o negócio do restante, mantendo ele sob o guarda-chuva da Alphabet, resolveria o problema. O Google ainda teria um incentivo à auto-preferência”, disse ele.
O departamento sob o comando do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressou uma forte preferência pela venda de ativos, também chamada de remédios estruturais, para resolver questões antitruste.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos processou o Google em outubro de 2020, acusando a empresa de usar ilegalmente sua força de mercado para atrapalhar rivais, no maior desafio ao poder e influência da companhia em décadas.
O regulador de concorrência da Grã-Bretanha lançou em maio uma segunda investigação sobre as práticas de publicidade do Google, dizendo que a gigante das buscas pode estar distorcendo a concorrência e pode ter favorecido ilegalmente seus próprios serviços.
O Google também enfrenta uma investigação de reguladores na Europa aberta em junho do ano passado sobre se seu negócio de publicidade digital dá à Alphabet uma vantagem injusta sobre rivais e anunciantes.
(Por Akash Sriram, Chavi Mehta e Diane Bartz)