A operadora de satélites francesa Eutelsat anunciou nesta terça-feira (26) que assinou um “protocolo de acordo” para se fundir com a empresa britânica OneWeb e sua constelação de satélites, uma operação que visa criar um gigante da internet a partir do espaço em frente ao gigante Starlink da empresa americana SpaceX.
A futura empresa pertencerá igualmente aos atuais acionistas da Eutelsat e OneWeb, disse a operadora francesa, que atualmente detém uma participação de 23% no grupo britânico.
A transação, que será feita por troca de ações, avalia a OneWeb em 3,4 bilhões de dólares, o que implica um valor de 12 euros (quase o mesmo em dólares) por ação da Eutelsat, informou a empresa em comunicado.
A Eutelsat é especialista em órbita geoestacionária com uma frota de 35 satélites localizados a 36.000 quilômetros acima da Terra para transmissão via satélite e serviços de internet de banda larga.
A empresa britânica OneWeb implantou 428 satélites chamados de “baixa órbita terrestre” (LEO), que operam a uma altitude de algumas centenas de quilômetros, para fornecer internet de alta velocidade com baixa latência ou tempo de transmissão de dados, o que é essencial para atender às necessidades em rápido crescimento. O objetivo da OneWeb é implantar 648 satélites para cobertura total.
Este projeto de fusão visa posicionar a empresa no setor da internet espacial de alta velocidade, especialmente para atender regiões isoladas que carecem de fibra ótica ou para atender necessidades futuras do carro conectado, por exemplo.
A operação também permitiria o surgimento de um novo gigante contra a Starlink, a constelação do bilionário americano Elon Musk, que já implantou mais da metade dos 4.408 satélites de sua constelação, ou a futura constelação Kuiper de Jeff Bezos, fundador da Amazon.
Além do conglomerado indiano Bharti (30%) e Eutelsat (22,9%), o capital da OneWeb inclui o governo britânico (17,6%), o japonês Softbank (17,6%) e o conglomerado coreano Hanwa (8,8%). A Eutelsat pertence em 20% ao Bpifrance, o banco público de investimento do Estado francês, e pelo Fundo de Participação Estratégica (FSP), que é propriedade de sete seguradoras francesas. O restante do capital é flutuante.
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