Fibra ótica bate recorde e transfere 1,02 petabit por segundo


Responda rápido: quanto tempo sua internet demora para baixar um filme em alta resolução? E se eu te dissesse que em algum lugar existe uma internet com capacidade para fazer o download de 100 filmes em HD em apenas 1 segundo?

Pois esse é o novo recorde de transferência por conexão via fibra ótica, obtido por pesquisadores do Instituto Nacional de Tecnologia e Informações do Japão (NICT, na sigla em inglês).

Os cientistas japoneses conseguiram atingir 1.02 petabit por segundo (Pb/s) de velocidade para transmissão de dados a uma distância de 51,7 km. Para se ter uma ideia do que essa velocidade significa, um petabit é equivalente a 1 milhão de gigabits, o que significa que esse novo recorde é cerca de 100 mil vezes mais rápido do que as velocidades de internet domésticas, segundo o New Atlas.

De acordo com um comunicado divulgado pela equipe de pesquisadores no site do NICT, com a velocidade atingida, seria possível transmitir 10 milhões de canais de vídeo por segundo, todos com resolução de 8K. Na prática, a conexão enviava, em média, cerca de 127,500 GB de dados.

O recorde foi atingido usando cabos de fibra óptica que são compatíveis com a infraestrutura existente hoje. Em dezembro de 2020, o mesmo instituto havia criado condições similares para atingir o primeiro petabit de conexão.

Como foi feito?

Segundo os pesquisadores, para atingir o recorde eles utilizaram a tecnologia de “multiplexação por divisão de comprimento de onda de banda larga”, em uma fibra óptica com quatro núcleos, que são os tubos que transmitem os sinais.

O nome assusta, mas na prática, funciona assim: imagine o cabo de fibra óptica que chega até os aparelhos de sua casa. O que os pesquisadores fizeram foi passar outros quatro fios, ainda mais finos, cada um com uma “informação” diferente.

Com isso, a largura de transmissão da banda larga foi estendida para um recorde de 20 Terahertz (THz). Essa largura é composta por um total de 801 canais de comprimento de onda, que foram espalhados por três bandas: C e L (que são as comumente utilizadas) e a banda experimental S.

“A demonstração é um passo importante para a realização de conexões ópticas de altíssima taxa de transferência usando fibras de diâmetro de revestimento padrão compatíveis com tecnologias de cabeamento existentes para adoção a curto prazo”, afirma o comunicado.

Não era só o cabo

Mas o cabo com multinúcleo não foi a única inovação. O experimento também contou com alguns sistemas de amplificação óptica muito técnicos e abordagens de modulação de sinal.

“Neste experimento, ampliando a largura de banda de amplificação Raman para a banda S completa e usando amplificadores de fibra dopados com túlio (TDFAs) personalizados para banda S e amplificadores de fibra dopados com érbio (EDFAs) de banda L estendidos, fomos capazes de usar um espectro óptico recorde de 20 THz com um total de canais de comprimento de onda espaçados de 801 x 25 GHz, cada um com dupla polarização”, diz o comunicado.

Até o momento, não há divulgações de planos da implementação deste processo em tecnologias comerciais.



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