O Facebook encerrou contas que promovem ameaças contra a Ucrânia ou espalham fake news a respeito da invasão russa no país. Também foram suspensas contas relacionadas ao governo da Rússia e da Belarus que tentaram realizar atividades de espionagem e influência clandestina na rede social.
A Meta, empresa que controla a rede social, revelou essas medidas na primeira edição de seu “Adversarial Threat Report” (relatório de ameaças adversárias, em tradução livre), relativo ao primeiro trimestre de 2022.
Segundo a companhia, cerca de 200 perfis foram bloqueados ao longo desse período. Alguns deles também violavam os termos de uso da plataforma ao espalhar desinformação ou discurso de ódio contra pessoas em Israel, EUA e Polônia.
O relatório revela ter descoberto que “atores ligados ao governo da Rússia e da Belarus” tentaram realizar ciberespionagem ou influenciar em massa, indiretamente, outros usuários. (É importante ressaltar que “ator”, aqui, não se refere à profissão das artes dramáticas, e sim um termo genérico para qualquer agente, individual ou em grupo, privado ou público, atuando no cenário reportado).
Os principais alvos foram o setor de defesa e de energia da Ucrânia, plataformas de tecnologia e jornalistas e ativistas localizados na Ucrânia e na Rússia.
“Estas operações parecem ter se intensificado pouco antes da invasão da Rússia”, afirma o texto, assinado por Ben Nimmo, líder de inteligência para ameaças globais; David Agranovich, diretor de disrupção de amaeaças; e Nathaniel Gleicher, chefe de políticas de segurança.
O documento cita, por exemplo, um grupo ligado à KGB da Belarus que, em 24 de fevereiro (início da guerra), começou a postar fake news em inglês e polonês sobre líderes ucranianos abandonando o país e tropas ucranianas se rendendo sem lutar. O grupo foi suspenso no Facebook no mesmo dia.
É também mencionada uma ameaça anônima, conhecida na comunidade de cibersegurança como Ghostwriter, que tenta tomar controle da conta de figuras influentes, por meio de golpes em email. “Este grupo tentou hackear o perfil de dúzias de membros das Forças Armadas da Ucrânia”, diz o relatório.
Quando conseguia, Ghostwriter subia vídeos pedindo ao exército ucraniano para se render, “como se essas ordens viessem dos legítimos proprietários da conta”, continua o texto. “Nós bloqueamos esses vídeos”.
Os autores ainda reforçaram que pessoas na Ucrânia e na Rússia devem fortalecer a segurança de suas contas, tanto de redes sociais quanto de email. As sugestões foram:
- VPN em celulares e computadores para assegurar acesso a sites bloqueados por meio de uma conexão criptografada.
- Autenticação em dois fatores, por meio de apps como Google Authenticator ou Duo
- Senhas fortes e únicas para cada conta