Estas fotos raras revelam como astrônomos fotografavam o céu 100 anos atrás – 16/07/2022


Na última terça (12), o telescópio James Webb impressionou o mundo todo com a qualidade de suas imagens. Entre outros registros, ele obteve a foto mais distante do Universo profundo já feita.

É um forte contraste com o início dos registros fotográficos da astronomia. Há cerca de 100 anos atrás, os cientistas só contavam com equipamentos básicos, muitos cálculos e uma certa “boa-fé” na hora de olhar os resultados: sim, aqueles pontinhos borrados num papel eram estrelas.

Parte dessa história agora está disponível para curiosos do mundo todo. Pesquisadores da Friedrich-Alexander-Universität Erlangen-Nürnberg, na Alemanha, concluíram um trabalho de dez digitalizando dezenas de registros fotográficas do século passado.

O acervo foi chamado de APPLAUSE, sigla em inglês para Arquivos de Placas Fotográficas para Uso Astronômico. São mais de 94 mil itens, e o mais antigo tem 129 anos.

Confira algumas imagens raras:

Imagem astronômica obtida por Wilhelm Münch em 12 de outubro de 1912 com um telescópio Zeiss-Triplet de 15 cm - Reprodução/APPLAUSE - Reprodução/APPLAUSE
Imagem: Reprodução/APPLAUSE

Acima, o registro do céu em em 12 de outubro de 1912, feito pelo astrônomo Wilhelm Münch com um telescópio Zeiss-Triplet pequeno, de 15 cm.

Imagem em prisma objetivo com três exposições de Saturno e duas de Marte, feitas em 28 de fevereiro de 1914, com um telescópio Zeiss-Triplet de 15 cm - Reprodução/APPLAUSE - Reprodução/APPLAUSE
Imagem: Reprodução/APPLAUSE

Acredite: em 1914, essas três linhazinhas eram um bom registro de Saturno e Marte. A imagem parece triplicada porque é um prisma objetivo com três exposições da lente. A fotografia foi feita em 28 de fevereiro de 1914.

Imagem de Polaris (alfa UMi) obtida por Ejnar Hertzsprung ao longo de 50 noites de novembro de 1910 a maio de 1911 com um telescópio Zeiss-Triplet de 15 cm - Reprodução/APPLAUSE - Reprodução/APPLAUSE
Imagem: Reprodução/APPLAUSE

Da mesma maneira, esse é um estudo a respeito da luminosidade da estrela Polaris. O astrônomo Ejnar Hertzsprung levou 50 noites, entre novembro de 1910 a maio de 1911, para obter essa imagem.

Imagem do cometa (C/1957 P1) obtida por Gerhard Böttger em 14 de agosto de 1957 com um Grande Refrator de 80 cm - Reprodução/APPLAUSE - Reprodução/APPLAUSE
Imagem: Reprodução/APPLAUSE

Cometas também eram populares no começo do século passado. Este é o C/1957 P1, “clicado” por Gerhard Böttger em 14 de agosto de 1957 com um Grande Refrator de 80 cm.

O APPLAUSE tem uma pequena galeria aberta para consulta, mas o resto do acervo exige cadastro. Qualquer pessoa pode se registrar.



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