Na última terça (12), o telescópio James Webb impressionou o mundo todo com a qualidade de suas imagens. Entre outros registros, ele obteve a foto mais distante do Universo profundo já feita.
É um forte contraste com o início dos registros fotográficos da astronomia. Há cerca de 100 anos atrás, os cientistas só contavam com equipamentos básicos, muitos cálculos e uma certa “boa-fé” na hora de olhar os resultados: sim, aqueles pontinhos borrados num papel eram estrelas.
Parte dessa história agora está disponível para curiosos do mundo todo. Pesquisadores da Friedrich-Alexander-Universität Erlangen-Nürnberg, na Alemanha, concluíram um trabalho de dez digitalizando dezenas de registros fotográficas do século passado.
O acervo foi chamado de APPLAUSE, sigla em inglês para Arquivos de Placas Fotográficas para Uso Astronômico. São mais de 94 mil itens, e o mais antigo tem 129 anos.
Confira algumas imagens raras:
Acima, o registro do céu em em 12 de outubro de 1912, feito pelo astrônomo Wilhelm Münch com um telescópio Zeiss-Triplet pequeno, de 15 cm.
Acredite: em 1914, essas três linhazinhas eram um bom registro de Saturno e Marte. A imagem parece triplicada porque é um prisma objetivo com três exposições da lente. A fotografia foi feita em 28 de fevereiro de 1914.
Da mesma maneira, esse é um estudo a respeito da luminosidade da estrela Polaris. O astrônomo Ejnar Hertzsprung levou 50 noites, entre novembro de 1910 a maio de 1911, para obter essa imagem.
Cometas também eram populares no começo do século passado. Este é o C/1957 P1, “clicado” por Gerhard Böttger em 14 de agosto de 1957 com um Grande Refrator de 80 cm.
O APPLAUSE tem uma pequena galeria aberta para consulta, mas o resto do acervo exige cadastro. Qualquer pessoa pode se registrar.