Uma erupção solar de alta magnitude —da classe X1.1— atingiu o planeta Terra na manhã do último sábado (30). A tempestade, que aconteceu na mancha solar AR2994 (abreviação para Active Region 2994), começou as 10h37 (horário de Brasília) e teve o pico máximo de intensidade cerca de 10 minutos depois.
A explosão, que ocorreu no lado noroeste do Sol em relação à Terra, atingiu o nosso planeta e produziu radiação suficiente para um forte apagão de rádio de ondas curtas. O efeito durou cerca de uma hora, afetando regiões do Oceano Atlântico e grande parte da Europa.
O alerta foi dado pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica do Centro de Previsão do Clima Espacial (National Oceanic and Atmospheric Administration of Space Weather Forecast Group). O evento também chegou a ser capturado pelo Observatório de Dinâmica Solar da Nasa, que conseguiu mapear diferentes comprimentos de onda de luz durante a explosão.
Segundo o astrônomo Tony Phillips as erupções solares da classe X são as mais poderosas do Sol. Em uma publicação no seu site spaceweather.com, o cientista explica que a explosão chegou a disparar uma intensa ejeção de massa coronal (CME) de partículas carregadas. Mas, como a mancha solar AR2994 não estava de frente para a Terra, estas partículas não chegaram a atingir o planeta.
A tempestade aconteceu no mesmo dia do primeiro eclipse solar parcial de 2022, no sábado. O fenômeno pôde ser observado em algumas regiões da América do Sul, especialmente na Argentina e no Chile, mas também em parte da Antártica e algumas localidades no Oceano Pacífico, pouco antes ou durante o pôr do sol. Como o eclipse foi parcial, a lua e o sol não ficaram perfeitamente alinhados.
Nem toda explosão solar é igual
As explosões que acontecem no sol podem ocorrer em diferentes magnitudes e por isso são classificadas pelos cientistas para medir sua gravidade. As tempestades mais fracas são consideradas da classe A, classe B e classe C. As da classe M são fortes o suficiente para amplificar as luzes do norte da Terra quando atingirem o planeta.
Já as erupções da classe X são as mais fortes que o sol experimenta. Quando apontadas diretamente para a Terra, podem representar um risco para satélites e astronautas, bem como interferir em centrais elétricas e sinais de rádio na superfície.
Cada classe de erupção solar tem nove divisões de intensidade, com exceção dos raios X. A maior tempestade já conhecida aconteceu em 2003, quando os sensores conseguiram monitorar até o grau X28 antes de serem ultrapassados pela explosão.
O sol tem um ciclo climático espacial de 11 anos. O atual é conhecido como Ciclo Solar 25, que começou em 2019. Atualmente, o corpo celeste está em uma fase cada vez mais ativa deste ciclo.
Além da Nasa, os eventos também estão sendo monitorados pelo Observatório Solar e Heliosférico Conjunto EUA-Europa (SOHO) e outras naves espaciais.