Entrevista com Diego Dzodan, CEO da startup unicórnio Facily


Tilt: A que você atribui a popularidade da Facily?

Dzodan: Pense numa pessoa que tem uma renda de R$ 2 mil, que tem família e outras contas para pagar. Ela não consegue pagar R$ 5 no kg de laranja, mesmo sem pagar frete. Na Facily, ele conseguia por R$ 1,50 com frete incluso.

Para atender a estes consumidores, criamos um modelo de logística de baixo custo. Entregamos nossos pedidos por meio de pontos de retirada – geralmente, comércios locais. Temos 10 mil pontos espalhados nas 9 cidades em que operamos. Deixamos os itens lá, e o cliente vai até o local buscar. Isso nos permite ter um custo de logística baixíssimo.

Se você compra no Mercado Livre, o motorista fica dedicado a entregar apenas o seu pedido até o produto chegar até você. Nós entregamos dezenas de produtos juntos num ponto de retirada. Com isso, conseguimos atender a base da pirâmide sem cobrar frete.

Por outro lado, teve a pandemia, que causou queda de renda para as famílias devido à redução de vagas e à inflação. O efeito colateral é o encarecimento dos itens.

Oferecer um preço menor para uma massa excluída de e-commerce, e que agora pode comprar Pix, gerou uma onda de consumidores usando o app.

Tilt: Como vocês ganham dinheiro?

Dzodan: Somos um marketplace. O coração do negócio é de longo prazo, e muitos dos itens à venda somos nós que compramos para gerar liquidez.

Este negócio de compra e venda gera uma dinâmica, que permite chamar outros parceiros e mais clientes. No fundo, cobramos uma pequena comissão das transações feitas pelo app de quem quer vender na nossa plataforma.

Com essa comissão, pagamos as contas de logística e não precisamos que nem o vendedor nem o cliente paguem custo de frete.

Estamos também desenvolvendo um sistema de propagandas dentro da plataforma. Se você tem um vendedor de bananas e quer vender um pouco mais, esses produtos podem ser priorizados para que tenham um pouco mais de volume.



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