entenda o que é e saiba como observar o fenômeno


A Superlua dos Cervos poderá ser vista nesta quarta-feira (13) a partir das 17h30 (horário de Brasília). Ao olhar para o céu, a sensação será de que a Lua cheia está ainda maior e mais brilhante. Isso acontece porque ela estará mais perto da Terra.

O nome Superlua dos Cervos não tem ligação com a astronomia. Trata-se de uma nomenclatura popular — usado também pela Nasa, agência espacial dos Estados Unidos.

O primeiro fenômeno do tipo deste ano aconteceu no mês passado.

Entendendo a Superlua

A Superlua ocorre quando ela está um pouco mais próxima da Terra. Essa fase coincide com seu perigeu (o momento em que nosso satélite está mais perto naquele mês, em sua órbita elíptica).

Sendo assim, a Lua cheia parece até 15% maior e 30% mais brilhante.

superlua microlua - Catalin Paduaru - Catalin Paduaru

O oposto de uma superlua é uma microlua, mais afastada da Terra (apogeu)

Imagem: Catalin Paduaru

Na prática, essa diferença pode não ser tão perceptível. Fotografias comparando a Lua cheia em diferentes períodos conseguem destacar mais claramente o que muda entre um fenômeno e outro.

Mesmo assim, ela será tão exuberante quanto qualquer Lua cheia. Se observada próxima ao horizonte, melhor ainda, pois uma ilusão faz com que ela apareça ainda maior — devido à perspectiva com referenciais terrestres, como prédios e árvores.

O nome Superlua dos Cervos tem ligação com os povos nativos norte-americanos. Eles a nomearam assim a Lua cheia de julho, verão no hemisfério Norte, época em que a galhada destes animais se regenera (os chifres caem no inverno).

Como observar a Superlua

Não é preciso usar nenhum equipamento profissional para acompanhar a Superlua. Basta olhar para o céu.

A primeira hora após o nascimento é o melhor momento para observar, pois a SuperLua dos Cervos poderá exibir diferentes variações de tonalidade, como: amarelada, alaranjada ou avermelhada, devido à interação com a atmosfera.

Sites ou aplicativos de astronomia (como Skywalk, Starchart, Sky Saari ou Stellarium) podem ajudar a descobrir os melhores horários de visibilidade em sua região, além de serem úteis para encontrar a posição de outros corpos celestes.

superlua - Alkis Konstantinidis/Reuters - Alkis Konstantinidis/Reuters

Superlua de Morango, em junho, sobre o Templo de Posseidon, na Grécia

Imagem: Alkis Konstantinidis/Reuters

O dia seguinte também é uma ótima oportunidade de observação, com nosso satélite ainda com 100% de iluminação.

Outros fenômenos para acompanhar em julho:

15/7: Conjunção entre Lua e Saturno

A Lua, ainda bem cheia (90% de iluminação), ganhará a companhia do planeta dos anéis. A partir das 21h, Saturno aparecerá acima e à esquerda dela, como uma estrela dourada de brilho fixo.

Com telescópios, binóculos, ou mesmo uma câmera com teleobjetiva (lente zoom), é possível ver mais detalhes dos corpos, como as crateras da Lua e os anéis de Saturno.

Lua Saturno - Cedric Allier/Flickr - Cedric Allier/Flickr
Imagem: Cedric Allier/Flickr

Entre 18 e 19/7: Conjunção entre Lua e Júpiter

O segundo planeta mais brilhante (depois de Vênus) vai fazer ainda mais bonito: dar um “beijo” no nosso satélite. A partir da meia-noite de 18 para 19, será possível ver Júpiter bem coladinho, acima e à esquerda da Lua.

Ressaltando que, quando falamos em conjunções, nos referimos do ponto de vista da Terra. No espaço, os corpos estão separados por milhões de quilômetros.

Entre 20 e 21/7: Conjunção entre Marte e Lua

Para completar os encontros celestes, a Lua minguante poderá ser vista próxima do planeta vermelho.

A partir das 2h da madrugada do dia 21, o vizinho Marte estará logo abaixo de nosso satélite, como uma estrela avermelhada. Eles são, de fato, os dois corpos mais próximos do Sistema Solar.

Entre 28 e 29/7: Pico da chuva de meteoros Piscis Austrinids

A primeira de um trio de chuvas de meteoros de julho. Ativa entre 15 de julho e 10 de agosto, seu pico acontece na madrugada entre os dias 28 e 29. O radiante (ponto onde os meteoros aparentam convergir) é a constelação do Peixe Austral — não confundir com Peixes. O melhor horário para observação é entre 2h e 4h da madrugada, quando estará mais alta no céu.

Só não espere muito; é uma chuva fraca, com cerca de cinco “estrelas cadentes” por hora. O corpo que a originou é desconhecido. Pode ser um antigo cometa que já se desintegrou.

Use um app de observação astronômica para encontrar a constelação. Mas não é preciso fixar o olhar neste ponto: os meteoros irradiam de toda área ao redor.

30/7: Pico das chuvas de meteoro Delta Aquáridas do Sul e Capricórnidas

É a noite mais aguardada do mês. Com o pico de duas chuvas coincidindo, e mais alguns resquícios da Piscis Austrinids, previsões otimistas dizem ser possível ver até 30 meteoros por hora. No ano passado, elas deram um show nos céus brasileiros.

Eta Aquáridas - Jalyn Photographics - Jalyn Photographics

Chuva de meteoros e a Via Láctea, na Austrália

Imagem: Jalyn Photographics

A Delta Aquáridas do Sul é a mais intensa e, como o nome diz, nós observadores do hemisfério Sul somos privilegiados. Ativa ente 12 de julho e 23 de agosto, tem o radiante na constelação de Aquário. Apesar de gerar meteoros menos brilhantes, a grande densidade é sua maior característica, enchendo o céu de “riscos”.

Já a Alfa Capricórnidas tem o radiante na constelação de Capricórnio e acontece entre 3 de julho e 15 de agosto. Apesar de mais fraca, com cerca de cinco meteoros por hora, ela tem um diferencial: costuma aparecer como bolas de fogo brilhantes ou explosivas (bólidos), deixando clarões no céu, em vez dos tradicionais rastros.

Ambas as constelações ficam próximas no céu, então fica mais fácil observá-las; o melhor horário é entre meia-noite e 4h. A Lua “apagada”, na fase nova, favorece nossa visão. As duas noites seguintes também são boas oportunidades, com as chuvas ainda com intensa atividade.

Não é preciso qualquer equipamento especial: todos os meteoros podem ser vistos a olho nu, de qualquer lugar do país. Basta um céu limpo. Tente buscar o local mais escuro possível após a meia-noite. Os meteoros irradiarão da constelação de Aquário, mas podem aparecer em qualquer lugar do céu.

A Delta Aquáridas vem de resquícios do cometa 96P/Machholz ou P/2008 Y12 (SOHO); a Alfa Capricórnidas, do 169P/NEAT. Elas acontecem todos os anos, quando a Terra, em seu movimento de translação em torno do Sol, cruza a órbita de cada cometa, por onde flutua uma trilha de destritos. Neste período, por cerca de um mês, algumas dessas partículas atingem nossa atmosfera, causando uma chuva de meteoros. O pico ocorre quando atravessamos a área mais central e densa do rastro do cometa.

*Com texto de Marcella Duarte, em colaboração para Tilt.



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