Parece coisa de história em quadrinhos, mas cientistas da Universidade Chinesa de Hong Kong afirmam ter criado um slime (aquela massinha pegajosa) magnético que consegue se movimentar dentro do corpo humano e até segurar objetos.
A revista New Scientist publicou um vídeo mostrando o slime em ação. “Um robô feito de lodo magnético pode ser implantado dentro do corpo para realizar tarefas como recuperar objetos engolidos por acidente”, diz o post, que já soma 72,8 mil curtidas.
De acordo com o estudo publicado na revista científica Advanced Functional Materials, ainda se trata de um protótipo. Sua estrutura flexível pode ser controlada por ímãs e é um bom condutor elétrico, o que também ajudaria na ligação de eletrodos, por exemplo.
É como se a gosma tivesse vida própria, lembrando o personagem Venom, da Marvel. Seu aspecto viscoelástico, que pode se comportar como uma substância sólida ou líquida, também lembra o tradicional vilão do Homem-Aranha.
O cocriador da tecnologia, o professor Li Zhang, diz que o experimento é real e não apenas uma história inventada para marcar o dia da mentira, celebrado nesta sexta-feira, 1º de abril.
Movimento e composição
O slime é feito de uma mistura de polímeros (macromoléculas formadas a partir de unidades estruturais menores) chamados de álcool polivinílico. Além disso, é composto por bórax, uma mistura química amplamente usada em produtos de limpeza, e partículas de ímã de neodímio, elemento químico de estado sólido.
É o neodímio que, acionado magenticamente, confere sua habilidade de se locomover, girar ou até mudar de formato, criando letras como “C” e “O”
“É como misturar água com amido [de milho] em casa. Quando você o toca muito rapidamente, ele se comporta como um sólido. Quando você o toca suavemente e lentamente, ele se comporta como um líquido”, afirma Zhang.
Ele acrescenta que a invenção ainda não atua de maneira independente até o momento. “O objetivo final é implantá-lo como um robô. Ainda consideramos a pesquisa básica para tentar entender suas propriedades materiais”, explica.
Por enquanto, não existem planos para a aplicação da invenção na área médica, pois algumas partículas ainda são tóxicas. Mas Zhang destaca que a segurança do material em tratamentos de saúde depende apenas do tempo em que o slime permanecer no corpo do paciente.