Para comprar o Twitter pelo valor de US$ 44 bilhões (quase R$ 214 bilhões), o empresário sul-africano Elon Musk teve que contrair uma dívida de até US$ 1 bilhão (em torno de R$ 4,8 bilhões) por ano com bancos, tendo como garantia as ações da Tesla.
Para bancar esses empréstimos, o bilionário vai ter que dar um jeito de lucrar com a rede social. Recentemente, o dono da Tesla (empresa de carros elétricos) e da Space X (de naves espaciais) teve diversas reuniões com os banqueiros credores e apresentou diferentes propostas para o aumento das receitas do Twitter.
Estas são algumas delas:
Redução de anúncios
Antes de oficializar a compra do Twitter, o empresário jogou algumas ideias no ar através de tuítes que já foram apagados. Entre elas, ele sugeriu uma versão por assinatura da rede social, que em contrapartida ofereceria uma experiência sem anúncios para os usuários pagantes.
Mas reduzir o volume de anúncios na rede social pode ser um problema: o Twitter tem uma receita financeira de US$ 1,2 bilhão por trimestre, dos quais US$ 1,1 bilhão vem de publicidade.
A liberdade de expressão defendida pelo empresário também causa preocupação entre anunciantes, que temem como isso pode afetar a imagem de suas marca.
Musk vai ter que se desdobrar a fim de provar para os profissionais de marketing que não existe nenhum problema com a sua nova administração. Ou então diminuir a expressiva dependência da empresa de lucro por anúncios.
Demissões
A demissão de funcionários também está nos planos de Musk, segundo uma reportagem do jornal norte-americano Washington Post. Porém, depois da aquisição, Parag Agrawal, atual diretor-executivo do Twitter, declarou que não há planos para cortes de funcionários até o momento.
Apesar da afirmação, até mesmo a posição de Agrawal, assumida no fim de novembro do ano passado, não é garantida na empresa, porque Musk pode querer mudar a direção da companhia.
Influenciadores e tuítes pagos
Pagar influenciadores para gerar conteúdo também já foi considerado por Musk, assim como fazem o TikTok e o Instagram. No entanto, o Twitter já fez testes com isso e teve problemas como pagamentos irregulares e regras pouco claras, como na definição dos criadores qualificados para esse trabalho.
O que existe hoje no Twitter é o programa “Super Follow”, em que os influenciadores podem proporcionar conteúdo exclusivo para os seguidores pagantes.
Há também a hipótese de cobrar por aqueles tuítes incorporados e citados em sites de terceiros. Ou seja, contextualizar uma história com tweets em uma publicação em sites de notícias, por exemplo, pode ficar caro para as empresas de mídia, o que poderá iniciar uma discussão sobre a propriedade das postagens na rede social e uma possível compensação financeira para os autores.
Mas até essa restrição poderia ser facilmente driblada pelos veículos: bastaria tirar uma foto ou uma captura de tela do tuíte que se quer incorporar.