‘Carne artificial’: como ciência pode ajudar a preservar florestas e reduzir CO2 – 07/05/2022


A substituição de 20% do consumo de carne bovina e ovina por proteínas que reproduzem sua textura reduziria as emissões de gás carbônico pela metade antes de 2050 e também o desmatamento provocado pela pecuária, segundo um estudo publicado na quarta-feira (4).

Com base em projeções do crescimento populacional e da demanda alimentar, os autores do artigo publicado na revista Nature concluíram que a substituição de metade do consumo de carne vermelha pelas chamadas proteínas microbianas reduziria em mais de 80% o desmatamento e a poluição por CO2.

“É uma importante contribuição para alcançar os objetivos do Acordo de Paris para o clima, com benefícios adicionais para outras metas de preservação”, garantiu à AFP Florian Humpenoder, um dos principais autores, membro do Instituto Potsdam de Pesquisas sobre o Impacto Climático (PIK).

Três relatórios de referência sobre o clima publicados pela ONU desde agosto alertaram que o objetivo principal do documento, limitar o aquecimento global a um nível inferior a 2°C, está seriamente ameaçado.

O sistema alimentar mundial produz um terço das emissões de gases com efeito estufa e a pecuária bovina é a principal responsável do setor agrícola.

Esta contribuição se dá de duas maneiras. Uma delas é a destruição das florestas tropicais (que captariam C02) para ceder espaço aos pastos e plantações (soja, milho) destinadas a alimentar o gado. A outra seria o sistema digestivo dos animais, grande produtor de metano, gás de efeito estufa 30 vezes mais forte que o CO2.

“Substituta ideal”

Presente nos supermercados há décadas, a carne artificial é obtida pelo cultivo de células microbianas e fungos em um processo de fermentação semelhante ao do vinho e da cerveja.

Suas células se alimentam da glicose —proveniente da cana de açúcar ou da beterraba, por exemplo— para produzir proteínas. A produção requer cultivo em terra, mas em uma escala muito menor do que a da carne vermelha, segundo o estudo.

Seus benefícios vão além do impacto ambiental, segundo Hanna Tuomisto, pesquisadora da Universidade de Helsinki.

“A micro proteína é uma substituta ideal para a carne porque é rica em proteínas e contém todos os aminoácidos essenciais”, disse, citada pela revista Nature.

Além disso, a utilização de água para a agricultura e a emissão de outro gás de efeito estufa, o óxido nitroso, seriam reduzidas.



Source link

Se inscreva na nossa Newsletter

Veja Mais

Sem categoria

Entrevista com Sérgio Buniac, presidente global da Motorola

Tilt: Como vocês têm lidado com as concorrentes chinesas? Chega a ser um problema ou passa longe de ser uma preocupação? SB: Podemos competir com qualquer fabricante de qualquer região. Não é fácil, mas somos competitivos – não custa lembrar que somos chineses também [a chinesa Lenovo é dona da Motorola Mobility]. Sobre ser uma

Sem categoria

5G pode atrasar em até 60 dias em 15 capitais brasileiras

O Grupo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que acompanha a limpeza das faixas para ativação do 5G propôs, nesta sexta-feira, 12, mais 60 dias de prazo para que a tecnologia comece a rodar em 15 capitais brasileiras, a maioria delas localizada nas regiões Norte e Nordeste. O conselho diretor da Anatel ainda precisará aprovar