Após divulgarem a imagem mais nítida do Sagitário A*, o buraco negro supermassivo no centro da Via Láctea, os cientistas do EHT (Event Horizon Telescope) agora vão se concentrar em realizar novas observações e, a partir dos dados que já possuem, testarão os limites da Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein.
Mesmo os dados coletados nos estudos divulgados nesta semana terão que ser reavaliados. Isso porque já foram feitas mais duas observações com telescópios extras na rede original de oito telescópios do grupo. Espera-se que, com as novas imagens, a resolução da foto divulgada ontem fique ainda melhor, e facilite a pesquisa. Mas não há previsão de novos anúncios do time.
“Os dados existem. Coletamos dados em 2018 com um telescópio adicional, e em 2022 com três telescópios adicionais, e estamos trabalhando muito para entregar isso a vocês o mais rápido possível. Mas não posso fazer promessas sobre quando”, disse a pesquisadora brasileira do EHT, Lia Medeiros, do Instituto de Estudos Avançados de Nova Jersey, à imprensa norte-americana.
Os cientistas aguardam novas imagens para confirmar se os dados são consistentes com a teoria geral da relatividade de Albert Einstein. Uma análise mais profunda poderá verificar se essa teoria tem “pontos cegos” quando se observa as áreas extremas ao redor dos buracos negros.
“Isso deve nos dar uma dica, em algum momento, de talvez algo diferente de como formulamos a gravidade com a teoria da relatividade geral até agora”, diz o pesquisador Feryal Özel, da Universidade do Arizona.
O Sagitário A*, fotografado na quinta-feira (12), está a cerca de 27 mil anos-luz da Terra, muito próximo do nosso planeta comparado ao primeiro buraco negro revelado pelo EHT em 2019, o Messier 87, que está a 50 mil anos-luz da Terra.