Após críticas de muitos dos seus usuários, o Instagram decidiu voltar atrás em seu processo mudanças. Ao contrário do que estava acontecendo, a rede social deverá encerrar os testes feitos com a exibição de vídeos e fotos que abriam em tela cheia, além de exibir menos publicações de quem você não segue.
Mesmo com as reclamações, Adam Mosseri, chefe do Instagram, afirmou que está “orgulhoso” em ter arriscado grandes atualizações no aplicativo. “Se a gente não falha de vez em quando, significa que não estamos pensando de forma grande ou corajosa o suficiente”, disse em entrevista à newsletter Platformer, especializada na cobertura do Vale do Silício, região nos Estados Unidos onde as gigantes de tecnologia possuem sedes.
“Mas nós com certeza precisamos dar um passo para trás e nos reagrupar. [Quando] Nós aprendemos muito, então voltamos com alguma ideia nova ou iteração. Vamos trabalhar nisso”, completou Mosseri.
De acordo com executivo, a decisão de barrar os novos formatos não se deu apenas a uma frustração de frequentadores mais resistentes. Os próprios números internos do Instagram apontaram para insatisfação em maior grau dos internautas. O executivo não detalhou mais sobre essa constatação.
As polêmicas do Instagram
O Instagram é de origem norte-americana e pertence à Meta, empresa também responsável pelo Facebook e pelo WhatsApp. Estabelecido há anos como a principal rede social de fotos do mundo, o aplicativo vinha tentando tomar novos rumos, investindo mais em vídeos e sendo acusado de tentar seguir a trilha de sucesso estabelecida pelo app chinês TikTok — copiando alguns dos recursos mais populares, segundo os críticos.
Entre aqueles que reclamavam dessas mudanças, estão dois nomes de peso na rede social: as empresárias e influencers Kylie Jenner (361 milhões de seguidores no Instagram; a segunda pessoa mais seguida) e Kim Kardashian (326 milhões). Na última segunda-feira (25), elas publicaram memes que pediam ao Instagram que voltasse a ser como era.
“Façam o Instagram Instagram novamente. (pare de tentar ser o TikTok, eu só quero ver fotos fofas dos meus amigos). Sinceramente, todo mundo”, compartilharam as duas.
Voltando atrás, mas nem tanto
As pessoas hoje veem mais vídeos no Instagram, e isso já ocorria mesmo antes da ascensão do TikTok, indicou Mosseri na entrevista. O problema não são os vídeos em si, segundo ele, mas as alterações no design da rede social. É essa questão que eles pretendem retrabalhar.
Além disso, Mark Zuckerberg, chefe-executivo da Meta, já deixou claro que a tendência do algoritmo de indicar posts de pessoas que você não segue veio para ficar.
Nesta semana, ele afirmou que, hoje, 15% dos posts que aparecem quando você está no Facebook são recomendações, vindas de páginas e pessoas que você não segue — e que, no Instagram, essa porcentagem é “ainda maior”.
O plano da empresa é que, até o fim de 2023, esse volume esteja na casa dos 30% em ambas as redes.
Portanto, a redução de recomendações no Instagram é temporária, até que a empresa consiga tornar essas sugestões mais personalizadas. Mosseri não deixou claro quanto tempo esse processo deve durar.
“Quando você descobre algo no seu feed que você não seguia antes, deve ser de um alto nível. Deve ser simplesmente ótimo”, explicou.
“Você tem que se sentir maravilhado ao ver. E acho que isso não está acontecendo o bastante agora. Então, precisamos dar um passo para trás, em termos de porcentagem de recomendações no feed, melhorar as recomendações, e quando e se conseguirmos, podemos voltar a crescê-las. Estou confiante que conseguiremos”, acrescentou o executivo.